Lula e Bolsonaro vão disputar 2º turno de eleição presidencial

Está confirmado o segundo turno entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula na eleição presidencial. Com 97,07% dos votos apurados para presidente, Lula terminou na frente, com 47,88% e Bolsonaro, com 43,68%.

Simone Tebet chegou a 4,21% e ultrapassou Ciro Gomes, que amargou o pior resultado de sua carreira política, com apenas 3,05%. Soraya Thronicke não chegou a 1% e acumulou 0,51%. Mais de 156 milhões de brasileiros estavam aptos a votar.

No começo da apuração, Jair Bolsonaro chegou a abrir vantagem na disputa, com até oito pontos percentuais. Mas Lula avançou e virou a parcial. Uma diferença de 4,2 pontos percentuais.

Pela primeira vez, o pleito será decidido entre dois nomes que já comandaram o país. Será, ainda, o sétimo segundo turno em nove eleições presidenciais diretas desde a redemocratização.

A realização da segunda etapa do pleito frustra principalmente a campanha do petista, que, na reta final do primeiro turno, investiu na defesa pelo voto útil na intenção de encerrar a disputa neste domingo, 2.

O segundo turno está marcado para daqui a quatro semanas, no dia 30. O candidato eleito toma posse no cargo no próximo dia 1º de janeiro, em cerimônia no Congresso Nacional.

Desta vez, o mandato presidencial terá quatro dias a mais: uma reforma eleitoral aprovada em 2021 definiu que, em 2027, a posse presidencial será em 5 de janeiro

Missão de Bolsonaro

No segundo turno, Bolsonaro terá a missão de reverter a grande rejeição apontada nas pesquisas. Nessa campanha, sua principal investida foi sobre o eleitorado de menor renda.

Bolsonaro reinventou o Bolsa Família como Auxílio Brasil e o reajustou para R$ 600, além de promover uma série de benesses pontuais a categorias aliadas, como os caminhoneiros. Além disso, promoveu mudanças na política de preços da Petrobras para conseguir sucessivas reduções no valor dos combustíveis.

Bolsonaro, de 67 anos, é capitão reformado do Exército. Integrou a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) e se formou como paraquedista. Em 1986, foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos depois, acabou absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM).

Retorno de Lula

Já Lula chega ao segundo turno com o apoio de nove partidos. Além do PT, integram a coligação PSB, Solidariedade, PCdoB, PSOL, Avante, PV, Rede e Agir. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), seu antigo adversário político, é o candidato a vice-presidente em sua chapa.

O petista voltou a se tornar elegível em 8 de março de 2021, quando o ministro do STF Edson Fachin anulou todos os atos processuais da Lava Jato que envolviam o petista.

Fachin entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba não deveria ter sido designada para conduzir os casos ligados ao petista, porque, segundo o ministro, eles não tinham relação direta com a Petrobras. O entendimento foi confirmado pelo plenário da Corte em 15 de abril, por 8 votos a 3.

Além disso, o Supremo considerou suspeito o ex-juiz Sergio Moro, responsável por julgar e condenar Lula.

O ex-presidente permaneceu por 580 dias na prisão, em Curitiba, até novembro de 2019, após ter sido condenado sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação envolvendo o triplex do Guarujá.

Durante esse período, foi impedido de disputar a eleição presidencial de 2018. À época, o PT chegou a anunciar a candidatura de Lula, mas ela foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.