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Evangélicos atingem ápice de participação em eleições em 2022

Pesquisadores apontam que evangélicos ingressaram na política porque tiveram promessas descumpridas

Publicado quinta-feira, 18 de agosto de 2022 às 08:05 h | Autor: Da Redação
“Isso os incentivou a lançar candidatos próprios”, disse professor de sociologia, sobre aumento de evangélicos na política após as promessas feitas a eles não serem cumpridas
“Isso os incentivou a lançar candidatos próprios”, disse professor de sociologia, sobre aumento de evangélicos na política após as promessas feitas a eles não serem cumpridas -

Grupo que nestas eleições tem 26% a mais de candidaturas na comparação com o pleito de 2018, os evangélicos atingem o ápice da participação eleitoral em 2022, tanto em números quanto em pautas no debate público.

Segundo o professor de sociologia da USP, Ricardo Mariano, desde os anos 1970 pastores têm sido assediados por candidatos que, quando eleitos, descumpriam frequentemente promessas feitas a eles. “Isso os incentivou a lançar candidatos próprios”, disse o professor em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Entre as pautas que podem fazer parte do debate nestas eleições, está a aproximação de candidatos com lideranças de religiões de matriz africana, o que é rechaçado por algumas igrejas. 

Um dos exemplos foi o comentário da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em uma postagem de vídeo em que Lula toma banho de pipoca de uma baiana que estava no receptivo em um evento na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), quando encontrou lideranças de religiões de matriz africana.

A baiana, que se chama Jairã Andrade dos Santos, apresentou queixa-crime por intolerância religiosa contra Michelle e a vereadora de São Paulo Sonaira Fernandes (Republicanos), que publicou o vídeo.

Religiões de matriz africana, historicamente, sofrem perseguição no Brasil e apenas recentemente ações do Estado têm buscado conter a intolerância religiosa. A Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz pediu retratação da primeira-dama.

O PT soube que a campanha de Jair Bolsonaro (PL) estuda ligar a esposa de Lula, Janja, à umbanda de forma pejorativa em inserções de propaganda eleitoral na TV, para reforçar os comentários de Michelle Bolsonaro na postagem. A legenda de Lula prepara um revide caso a estratégia se concretize, aponta o colunista Ricardo Noblat, do portal Metrópoles.

Segundo Noblat, a campanha de Lula guarda munição para usar contra a primeira-dama caso ataques sejam feitos contra a esposa do candidato petista. Michelle chegou a ser investigada após receber cheques do ex-assessor de Jair Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que totalizaram R$ 89 mil. No entanto, o STF arquivou a denúncia.

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