POLÍTICA
Entenda a relação próxima entre o Papa Francisco e Lula
Papa escreveu carta a Lula quando o petista se encontrava preso
Por Lula Bonfim

A relação entre o Papa Francisco, falecido nesta segunda-feira, 21, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um católico assumido, sempre foi mais do que religiosa. Ambos mantiveram contato mesmo fora dos encontros oficiais, compartilhando não apenas visões de mundo, mas também afeto.
Em março de 2019, quando Lula se encontrava preso em Curitiba, o Papa Francisco o escreveu uma carta, lamentando as dificuldades passadas pelo petista, como a perda da então esposa, Marisa Letícia; do irmão Vavá; e do neto Arthur, de sete anos de idade.
No texto enviado a Lula, o Pontífice pediu para que Lula não desanimasse e continuasse confiando em Deus. Em tom profético, Francisco também apontou que “no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.
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Na resposta encaminhada ao Papa Francisco, Lula agradeceu a dedicação do Pontífice na luta contra a desigualdade e a favor dos direitos dos mais pobres.
“Sigo aqui lutando para provar minha inocência, e tenho consciência de que estou preso porque os poderosos querem destruir toda a rede de proteção e cuidado que construímos para os excluídos”, escreveu Lula, diretamente da cadeia em Curitiba.
Posteriormente, com Lula já solto, o Papa Francisco chegou a comentar o caso em 2022 para o jornal espanhol ABC. Segundo ele, o petista sofreu uma injustiça no Brasil, devido a uma pressão que se iniciou com notícias falsas na imprensa.
"Um julgamento deve ser o mais limpo possível, com tribunais de primeira classe, sem nenhum interesse que não seja o de garantir uma justiça limpa. Esse caso do Brasil é histórico. Não estou me envolvendo em política, eu só falo sobre o que aconteceu", argumentou o Papa.
Visitas em liberdade
Depois que conseguiu sua soltura na Justiça brasileira, Lula realizou sua primeira visita a Francisco no Vaticano em fevereiro de 2020. Os dois tiveram uma reunião privada de quase 1h, na qual, segundo informações da assessoria do Pontífice, teriam conversado sobre o combate à fome, à pobreza e à desigualdade.
Em junho de 2023, já com Lula em seu terceiro mandato como presidente da República, o Papa voltou a recebê-lo oficialmente. Eles teriam conversado sobre justiça social, democracia e os desafios da reconstrução do Brasil.

Naquela oportunidade, o petista e a primeira-dama Janja presentearam o Pontífice com uma gravura da Sagrada Família feita pelo artista pernambucano J. Borges e com uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, padroeira da Amazônia. Em troca, Francisco deu ao brasileiro uma obra em bronze, com a mensagem “a paz é uma flor frágil”.
Ainda em 2023, quando perguntado sobre sua relação próxima com o presidente do Brasil, o Papa Francisco disse ao site argentino Perfil que Lula "nasce daquela religiosidade que se nutria na família," uma "religiosidade popular elementar".
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