POLÍTICA
Fim dos elevadores ‘sociais’? Bahia muda regras; entenda
Nova norma estadual acaba com distinção entre elevadores sociais e de serviço em prédios privados, gerando debates sobre igualdade

Por Redação

A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovou, nesta terça-feira, 30, um projeto de lei que promete gerar debate: a proibição da distinção entre elevadores “social” e “de serviço” em prédios privados. A medida, proposta pelo deputado estadual Manuel Rocha (União Brasil), é justificada como uma ação contra práticas de discriminação e racismo institucional.
Pela nova norma, todos os elevadores deverão estar disponíveis para uso de qualquer pessoa, com exceções apenas para casos específicos, como transporte de cargas, materiais de obras e reparos, animais domésticos ou pessoas em trajes de banho.
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O descumprimento da regra prevê sanções: advertência na primeira infração e multa de R$ 1.500 por ocorrência.
Manuel comemorou a aprovação e destacou a importância da medida para a sociedade.
“Essa lei representa respeito, dignidade e igualdade para trabalhadores e trabalhadoras que diariamente enfrentam situações constrangedoras e discriminatórias. Nosso objetivo sempre foi coibir esse tipo de prática e garantir que todos tenham o mesmo direito de acesso. A Bahia dá um passo firme em direção a uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou o parlamentar.
O projeto surgiu a partir de relatos de trabalhadores que se sentiram discriminados ao serem orientados a não utilizar o elevador social em condomínios.
“A proposta foi motivada por uma constatação de que em prédios privados os elevadores são comumente denominados de ‘elevador social’ e ‘elevador de serviço’ gerando reclamações de preconceitos por prestadores de serviços e funcionários de condomínios, ocasionando inclusive debates jurídicos no âmbito da justiça do trabalho”, disse o deputado.
O próprio deputado conta ter presenciado uma situação desse tipo.“Estava em um condomínio de luxo e presenciei um morador orientando uma empregada doméstica a usar o elevador de serviço, quando ela já estava dentro do elevador social. Nosso objetivo é justamente coibir cenas como essa e impedir discriminação com colaboradores, em especial com trabalhadores domésticos”, afirmou.
Com a aprovação pela ALBA, a Bahia segue o exemplo de outras localidades como Salvador, Espírito Santo e Rio de Janeiro, que já têm legislações semelhantes em vigor. No Espírito Santo, a Lei 11.876/2023 foi promulgada pela Assembleia Legislativa local no ano passado e proíbe a diferenciação entre elevadores “social” e “de serviço”. No município do Rio de Janeiro, outra proposta similar, a Lei 7.957/2023, já é uma realidade.
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