ELEIÇÃO
Jerônimo diz que “compromisso com Lula” vai pesar na formação de chapa
Em visita institucional ao Grupo A TARDE, governador decidiu não revelar detalhes sobre o plano para a sua reeleição
Por Eduardo Dias e Anderson Ramos

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) preferiu o mistério ao ser questionado sobre a chapa para as eleições de 2026. Em visita institucional ao Grupo A TARDE na manhã desta quinta-feira, 22, o gestor decidiu não revelar detalhes sobre o plano para a sua reeleição, mas indicou que a formação da majoritária pode ser influenciada pelo cenário nacional.
Leia Também:
“Eu acho que é uma chapa que tem que olhar para a Bahia, dar continuidade, melhorando o que nós temos que fazer. Agora nós também temos um compromisso com Lula, com um projeto nacional. Essa relação na Bahia não pode atrapalhar de termos um país com democracia, com combate à fome, esse é o nosso olhar, o olhar a Bahia dentro do Brasil, olhar o Brasil com a coberta sobre a Bahia, é uma relação parceira”, contextualizou o governador.
Jerônimo também destacou a importância do apoio dos prefeitos para o pleito. “Eu sou municipalista, eu defendo que os municípios tenham condições de se sustentar. Um município com 5 mil, 6 mil, 10 mil, 15 mil habitantes, não tem condições de se segurar. E quem tem uma população como Feira de Santana, Itabuna, Luiz Eduardo Magalhães, que têm uma boa receita, mas tem muita gente. Esse equilíbrio tem que acontecer. Então, espero que 2026 possa vir com a segurança de que quem está governando a Bahia por 20 anos possa ter maturidade de trabalhar isso com os prefeitos, com os partidos”, afirmou.
A fala do governador vem em meio às incertezas em relação a continuidade da aliança com alguns partidos da base. O PSD, de Otto Alencar, pode romper com o PT baiano, caso o partido execute a ideia de lançar uma chapa puro-sangue com Jaques Wagner e Rui Costa nas vagas ao Senado. O desenho excluiria o senador Angelo Coronel de uma tentativa à reeleição. Além disso, no cenário nacional, o PSD se aproxima cada vez mais da oposição a Lula, apesar de ocupar ministérios no governo.
Já o MDB corre o risco de perder sua autonomia na Bahia e a vaga de vice na chapa, caso a federação com o Republicanos seja confirmada. O partido liderado pelo bispo da Igreja Universal e deputado federal, Márcio Marinho, é aliado de primeira hora de ACM Neto (União Brasil) e deve apoiar uma nova candidatura do ex-prefeito de Salvador ao governo.
PEC da Reeleição
Após a aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira, 21, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República, o governador Jerônimo Rodrigues se mostrou à favor da medida em conversa com o Portal A TARDE, nesta quarta.
O texto propõe aumentar o tempo de mandato de cargos eletivos de 4 para 5 anos e impedir a reeleição daqueles que forem eleitos. A ideia é que a proposta seja implementada a partir de 2030, unificando a data das eleições para todos os cargos eletivos a partir de 2034, o que não impactaria uma eventual reeleição do governador em 2026.
O governador defendeu que a unificação das eleições no Brasil, conforme prevê a PEC, trará mais economia ao país, pois no sistema atual as eleições futuras começam a serem debatidas e planejadas sempre ao fim da anterior.
"Acho que juntar as eleições, primeiro, barateia o custo, tem uma economia muito forte. Em outros países já acontece isso, você faz uma eleição, no Estados Unidos, por exemplo, a eleição é desde a associação, aproveita a eleição para poder votar a associação dos municípios, do consórcio, até o Presidente da República", opinou o governador.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes