POLÍTICA
Lídice vê como “fundamental” indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pela PF
Deputada critica ausência de Eduardo nos trabalhos legislativos e afirma que indiciamento é passo necessário no processo legal
Por Andrêzza Moura

Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, na noite da quarta-feira, 20, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) avaliou como extremamente fundamental a decisão da Polícia Federal (PF) de indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo a parlamentar, a medida representa uma resposta à gravidade das ações atribuídas aos dois e ao descumprimento de deveres institucionais.
Na conversa, Lídice destacou o fato de o deputado estar morando nos Estados Unidos, mesmo não estando mais licenciado do cargo.
Eu considero que o indiciamento do Eduardo Bolsonaro é uma medida absolutamente necessária. O país está estarrecido diante de um deputado que, há meses, abandonou a sua obrigação como deputado federal. Num primeiro momento tirou licença, agora permanece já sem licença da casa [Câmara dos Deputados] e praticando atos totalmente voltados para prejudicar o Brasil
A governista ressaltou ainda que a legislação brasileira não permite que parlamentares exerçam o mandato no exterior. "Não pode haver deputado que exerce um mandato fora do Brasil. E, muito pior, deputado que é contra o seu país, ataca o seu país, prejudica a economia do seu país", criticou.
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Por fim, a deputada afirmou que o indiciamento tanto de Eduardo quanto de Jair Bolsonaro não deve ser interpretado como um julgamento definitivo, mas como um passo necessário dentro do processo legal.
“Era preciso que alguma medida fosse tomada. E medidas que representam a posição objetiva da legislação brasileira. Eu acho que é correto o indiciamento dos dois. Julgamento depois, mas o indiciamento é necessário”, concluiu a parlamentar.

Indiciamento
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito que apura a tentativa de obstrução das investigações sobre a articulação golpista que visava um golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022. A medida marca mais um desdobramento das apurações em torno da atuação do ex-mandatário e de seus aliados no período pós-eleitoral.
De acordo com informações do relatório final, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira, 15, pai e filho são acusados de tentar interferir diretamente no andamento das investigações e tirar a responsabilidade dos envolvidos na trama.
O documento reúne elementos que, segundo a PF, evidenciam condutas voltadas para a intimidação de autoridades e testemunhas.
Com base nas conclusões do inquérito, o órgão atribui a Jair e Eduardo Bolsonaro os crimes de coação no curso do processo e de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar o indiciamento e decidir sobre eventual denúncia ao STF, que poderá levar os dois a responder judicialmente pelas acusações.
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