ELEIÇÕES NA CÂMARA
Lira errou ao fixar prazo para anunciar seu candidato, dizem líderes
Ele teria virado “escravo” desse calendário
Por Da Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), “errou” ao ter fixado o fim de agosto como prazo para anunciar o candidato que terá seu apoio na sucessão ao cargo, é o que dizem líderes partidários da Casa para o portal Metrópoles.
Ele teria, na avaliação destes líderes, virado “escravo” desse calendário, e ao final não conseguiu construir o consenso que imaginava ser possível. Além disso, na avaliação de um líder do Centrão, não há mais espaço para um anúncio formal do candidato de Lira, como era previsto. Nesta semana, o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), comemorou o aniversário e reuniu diferentes líderes com quem tem proximidade.
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Após o encontro, coube a eles anunciar que Lira havia confirmado o apoio a Motta. O registro do encontro, inclusive, foi interpretado como possível apoio ao novo nome, reunindo do PT ao PL, além de figuras do Centrão.
A eleição para a presidência da Câmara será feita em fevereiro de 2025, assim como a do Senado Federal. O deputado alagoano não pode concorrer, já que está no segundo mandato no comando da Casa.
Dentro da Câmara, o sentimento é de que nunca se antecipou tanto uma disputa. Lira chegou a reclamar dessa antecipação ao longo do primeiro semestre, mas depois, com três nomes disputando sua “benção”, falou em anunciar um nome até o último dia de agosto. O plano envolvia os outros dois desistirem e haver só uma candidatura.
Ao comunicar que sua escolha seria por Motta, o presidente da Câmara provocou a fúria de um amigo: Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara. O parlamentar era o favorito de Lira até Pereira desistir e encampar o nome de Motta.
Irritado, Elmar foi atrás do líder do PSD na Casa, Antonio Brito (BA), também candidato, e fechou nesta semana uma aliança entre os dois partidos. Por enquanto, ambos mantém suas candidaturas, mas ao longo das próximas semanas, o que angariar menos apoio terá que abrir mão de concorrer ao comando da Câmara em favor do outro.
Na avaliação de uma ala da Casa, a ideia de uma candidatura única e de um nome de consenso sempre foi uma utopia de Lira, que quer fazer seu sucessor, pois teme a perda de poder depois que deixar a presidência. Uma ala da Câmara, no entanto, avalia que o presidente da Casa já começou a ficar enfraquecido ao perder o “timing” do anúncio do seu candidato à sucessão.
Partidos divididos
Partidos como o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estão divididos. Enquanto os líderes dessas siglas estavam na foto ao lado de Motta nesta semana, interlocutores de ambos os partidos dizem que não há nada fechado internamente. As duas legendas sozinhas têm 161 deputados, sendo o PT com 68, e o PL com 93 nomes.
O MDB, que sempre protagonizou dentro da Câmara, também é cobiçado tanto pelo “Centrão” de Elmar e Brito quanto por Motta. A sigla tem 44 deputados. O líder do partido na Casa, Isnaldo Bulhões (AL), estava na foto com Motta nesta semana. A legenda tenta fazer o PSD desistir de concorrer, já que o partido faz parte do bloco que reúne o MDB e o Republicanos, que é a legenda do atual favorito ao comando da Casa.
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