LUTO NO PT
Lula e Jerônimo se manifestam sobre morte de viúva de Carlos Marighella
Clara Charf morreu nesta segunda-feira, 3, aos 100 anos

Por Gabriela Araújo

A morte da ativista Clara Charf, ex-companheira do guerrilheiro e político Carlos Marighella, aos 100 anos, nesta segunda-feira, 3, causou comoção na cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) e nos chefes dos Executivos nacional e estadual, o presidente Lula e o governador Jerônimo Rodrigues, respectivamente.
Ao lamentar a morte da decana, que foi uma das fundadoras da sigla, o presidente usou os seguintes adjetivos para se referir a quem chamou de companheira de longas datas: “corajosa, generosa e combativa”.
“Clara Charf nos deixou hoje, aos 100 anos de idade. Com seu falecimento, o Brasil perde uma mulher extraordinária. E eu perco uma companheira de muitas caminhadas. Corajosa, generosa, combativa e de grande maturidade política, Clara viveu o exílio, enfrentou a ditadura e defendeu incessantemente a democracia. Atravessou seu século de vida com uma flexibilidade bonita de quem sabia compreender o novo sem abandonar seus princípios, de quem olhava o mundo com lucidez e coração aberto”.
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Na publicação feita no seu perfil oficial do X (antigo Twitter), o petista também mencionou a longa convivência com a mulher e diz ter “carinho e respeito” pela sua história.
“Convivi com a Clara por mais de 40 anos. Aprendi muito com ela sobre política, solidariedade, resistência e humanidade. E hoje me despeço dela com carinho, respeito e gratidão a essa grande brasileira que tanto fez pelo nosso país e por todos nós que tivemos a sorte de tê-la por perto”, concluiu.
Clara Charf nos deixou hoje, aos 100 anos de idade. Com seu falecimento, o Brasil perde uma mulher extraordinária. E eu perco uma companheira de muitas caminhadas.
— Lula (@LulaOficial) November 3, 2025
Corajosa, generosa, combativa e de grande maturidade política, Clara viveu o exílio, enfrentou a ditadura e…
Jerônimo Rodrigues lamenta morte de Clara Charf
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também usou as suas redes sociais para lamentar a morte de Clara. Na mensagem, o petista demonstrou pesar sobre a partida da centenária.
“Recebi, com profundo pesar, a notícia do falecimento de Clara Charf, companheira de Carlos Marighella e militante decisiva não apenas do PT, mas da política brasileira. Ao dedicar sua vida à justiça social e à democracia, Clara deixa um legado de coragem, perseverança e resistência que inspira todos nós que temos a missão de cuidar de gente. Meus sentimentos à família, aos amigos e a toda militância”, escreveu.
Recebi, com profundo pesar, a notícia do falecimento de Clara Charf, companheira de Carlos Marighella e militante decisiva não apenas do PT, mas da política brasileira. Ao dedicar sua vida à justiça social e à democracia, Clara deixa um legado de coragem, perseverança e… pic.twitter.com/DdRksfR1iR
— Jerônimo Rodrigues (@Jeronimoba13) November 3, 2025
Conheça a trajetória política de Clara Charf
- Militante política desde os 20 anos, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) aos 21, onde conheceu seu companheiro de vida e de luta, Carlos Marighella.
- Com Marighella, ela enfrentou a clandestinidade, a repressão e a violência da ditadura militar a partir de 1964.
- Integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN), foi perseguida pelo regime e, após o brutal assassinato de Marighella, em 1969
- Clara se exilou em Cuba, após a morte do marido, onde viveu por 10 anos sob identidade falsa, trabalhando como tradutora.
- Com a Lei da Anistia, retornou ao Brasil em 1979 e ajudou a construir o PT.
- Em 1982, foi candidata a deputada federal.
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