POLÍTICA
Marina Silva volta ao Congresso e sofre novos ataques de parlamentares
No fim de maio, Marina Silva já havia deixado uma audiência no Senado após comentários machistas
Por Redação

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, foi novamente alvo de críticas e ofensas de parlamentares nesta quarta-feira, 2, durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Convocada para falar sobre queimadas e desmatamento, Marina ouviu acusações de deputados, que questionaram sua gestão e chegaram a insultá-la pessoalmente.
O deputado Evair Vieira Melo (PP-ES) chamou Marina de “adestrada” e “mal-educada”, além de afirmar que a ministra “nunca trabalhou, nunca produziu” e que teria um discurso alinhado a organizações não governamentais internacionais. “A senhora tem dificuldades com o agronegócio porque nunca produziu e não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho”, disparou o parlamentar.
Durante a sessão, Marina respondeu aos ataques dizendo ter feito uma oração antes de comparecer à audiência e que está “em paz”. Ela também afirmou que prefere “receber injustiça a praticar injustiça”. Os celulares das vítimas, do autor e de uma testemunha foram apreendidos para análise.
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Críticas de outros deputados
Outros parlamentares também atacaram a ministra:
- Zé Trovão (PL-SC) classificou Marina como “uma vergonha como ministra”
- Capitão Alberto Neto (PL-AM) sugeriu que ela deveria “pedir demissão”.
- Rodolfo Nogueira (PL-MS), acusou Marina de protagonizar “um dos capítulos mais desastrosos da política ambiental brasileira”
Dados reais do desmatamento
Segundo dados do sistema Prodes, que tem maior precisão, o desmatamento na Amazônia foi de:
- 10,36 mil km² em 2022,
- 9,06 mil km² em 2023,
- 6,28 mil km² em 2024.
Ou seja, houve queda nos dois primeiros anos completos da gestão de Marina Silva. Em 2025, até 20 de maio, o sistema Deter identificou alertas em cerca de 2 mil km².
Aumento da degradação florestal
Embora o desmatamento tenha diminuído, dados do Instituto Amazon apontam crescimento expressivo na degradação florestal, que inclui queimadas e extração de madeira sem remoção completa da vegetação. Em 2024, a degradação chegou a 36.379 km², alta de 497% em relação a 2023.
Influência do clima
A ministra ressaltou que a pior seca já registrada no país, segundo o Cemaden, contribuiu para intensificar incêndios. Levantamento do MapBiomas mostra que, em 2024, o Brasil perdeu 30 milhões de hectares em queimadas, volume 62% maior que a média histórica. O pico ocorreu entre agosto e outubro, com destaque para setembro, responsável por um terço das queimadas do ano.
Ofensas anteriores no Senado
No fim de maio, Marina Silva já havia deixado uma audiência no Senado após comentários machistas. O senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que queria “separar a mulher da ministra”, dizendo que a mulher merecia respeito, mas a ministra não. Sem pedido de desculpas, Marina abandonou a sessão.
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