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ARMAMENTO NUCLEAR

Saiba os motivos do Brasil não ter bomba atômica

País assinou Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares no final do século passado

Por Redação

11/07/2025 - 12:19 h
Bomba atômica detonada em Hiroshima
Bomba atômica detonada em Hiroshima -

Há 80 anos, o mundo conheceu o poder destruidor da bomba atômica. As primeiras ogivas nucleares, ou seja, partes de um míssil, bombas ou outros dispositivos que contenham a carga explosiva nuclear, foram detonadas pelos Estados Unidos, em 6 de agosto de 1945, na cidade de Hiroshima, no Japão, na etapa final da Segunda Guerra Mundial. No dia 9 do mesmo mês, parte da população de Nagasaki foi dizimada após o lançamento de uma segunda bomba.

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Em Hiroshima, estima-se que cerca de 140 mil pessoas morreram instantaneamente ou devido aos efeitos da explosão nuclear. Já em Nagasaki, o cálculo é de que cerca de 80 mil tenham sido assassinadas nas mesmas circunstâncias.

Quem não morreu no momento da explosão, perdeu a vida nos meses e anos seguintes devido a ferimentos, queimaduras e doenças causadas pela radiação.

Além da data histórica, outro fator que fez a ameaça nuclear voltar à tona foi o bombardeio dos Estados Unidos ao programa nuclear do Irã, em junho deste ano. Dias depois, o país decidiu suspender a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de vigilância nuclear da ONU.

E o Brasil?

O Brasil não possui armas nucleares. De acordo com dados do Sipri (Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo) - instituto que realiza pesquisas sobre segurança internacional, armamentos e desarmamento - os países que fazem parte do seleto grupo que desenvolveram bombas atômicas são:

  • Estados Unidos
  • Rússia
  • Reino Unido
  • China
  • França
  • Índia
  • Paquistão
  • Israel
  • Coreia do Norte

Apesar da intenção, o Brasil nunca desenvolveu armas nucleares. Historiadores ouvidos pela BBC Brasil, informaram que o país deu sinais ao mundo de que estaria aberto, em tese, a desenvolver suas próprias armas nucleares ao não aderir, no final dos anos 1960, ao recém-criado Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O país só veio a aderir ao tratado em 1998. Entretanto, caso quisesse, o Brasil possui muitas das principais tecnologias necessárias para produzir esse tipo de arma.

Projetos

Ao longo da ditadura militar brasileira, a questão sempre foi discutida internamente. A Aeronáutica, por exemplo, tinha um projeto secreto para desenvolver artefatos nucleares para uso pacífico — explosivos usados para abrir poços de petróleo ou desviar rios.

Um dos problemas dos programas de dispositivos explosivos nucleares pacíficos é que eles podem também ser usados para fins de guerra.

"Não existe diferença entre artefatos para uso pacífico e para fins militares. A tecnologia é a mesma", diz o historiador da Universidade de Pádova, na Itália, Carlos Patti.

Um outro projeto, conduzido pelo Marinha, foi extremamente bem-sucedido. O objetivo inicial era desenvolver submarinos com propulsão nuclear, mas o projeto civil militar do Ipen e Marinha foi mais longe e levou o Brasil a dominar a capacidade de enriquecer urânio através da tecnologia da ultracentrifugação.

Em menos de oito anos, o Brasil passou a dominar essa tecnologia, que é secreta e não pode ser inspecionada por inspetores internacionais. Em 1987 o Brasil anunciou sua capacidade ao mundo.

Mesmo não fazendo parte do restrito clube de nove países com bombas atômicas, o Brasil é hoje parte de outro seleto grupo.

"O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem jazidas de urânio e tem essa capacidade de produção de combustível nuclear", afirma Patti.

Energia nuclear

No Brasil, existem duas usinas nucleares em operação, ambas localizadas em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro: Angra 1 e Angra 2, que juntas, respondem por aproximadamente 2% da energia consumida no país.

Angra 1 funciona desde 1985 e é capaz de gerar 640 megawatts (MW) de potência, energia suficiente para suprir uma cidade de 2 milhões de habitantes, como Manaus, capital do Amazonas.

A vizinha Angra 2 funciona desde 2001 e tem potência de 1.350 MW. É capaz de abastecer uma cidade de 4 milhões de habitantes, equivalente às populações de Brasília e Porto Alegre somadas.

Uma terceira usina, a Angra 3, está sendo construída. Com potência de 1.405 megawatts, a nova unidade será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas.

Deste modo, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro e 3% do consumo do Brasil.

O valor total do investimento é de cerca de R$ 20 bilhões. A previsão é que a usina entre em operação no final de 2028.

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Tags:

armas nucleares bomba atômica programa nuclear trump

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