STF inclui laudo da defesa de Torres no inquérito do golpe

Foi autorizado, nesta terça-feira, 24, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a inclusão de uma perícia técnica apresentada pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Conforme apuração da CNN, a perícia técnica comparou a minuta de decreto de estado de defesa encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres com outros documentos similares.

O laudo concluiu ainda que há uma “ausência total de compatibilidade formal, textual e estrutural” entre o material apreendido na residência de Torres e a versão que teria sido apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às Forças Armadas.

“Diante do exposto, defiro a juntada dos documentos juntados pelo réu Anderson Gustavo Torres, inclusive do parecer técnico nº 01/2025 e parecer técnico 02/2025, bem como determino a intimação das partes para ciência”, justifica o ministro na decisão.

Segundo a defesa, a minuta em posse de Torres possui “distinção substancial” em relação à obtida pela Polícia Federal (PF) com o tenente-coronel Mauro Cid e é compatível com a disponível na internet.

Ainda de acordo com os advogados, a partir dos depoimentos de Freire Gomes, ex-comandante do Exército, de Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e de Cid, foi possível identificar que a minuta apreendida com Torres é diferente da encontrada com o tenente-coronel.

A perícia também fez uma comparação de conteúdo da minuta golpista com materiais semelhantes publicados na internet. Foi observado “compatibilidade substancial de conteúdo e estrutura” entre a minuta em questão e uma versão digital publicada em um site.

No parecer técnico indica também que o documento foi impresso em papel comum, não possuía assinatura e nem data ou elementos de autenticação que permitissem identificar a autoria ou a origem digital.

Pedido negado

Moraes rejeitou, nesta terça, um pedido da defesa de Torres para que o Google fornecesse informações sobre a chamada “minuta do golpe” que foi inserida em uma página da internet.

Moraes tinha determinado que a empresa se manifestasse sobre o autor da versão digital da minuta que havia sido publicada online. Porém, o Google disse que não seria possível atender à determinação por falta de informações básicas.

Com a resposta, Moraes resolveu negar o novo pedido da defesa, argumentando que a empresa já respondeu que não conseguiria informar os dados solicitados.