POLÍTICA
Trump ignora Bolsonaro e julgamento de golpe em discurso na ONU
Presidente dos Estados Unidos discursou na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York

Por Flávia Requião

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não fez qualquer menção a Jair Bolsonaro nem ao julgamento sobre a tentativa de golpe durante sua fala na 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada nesta terça-feira, 23, em Nova York.
Ao contrário do esperado, Trump, no seu discurso elogiou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que "ele parecia um cara muito bom, na verdade". O brasileiro esboçou um sorriso, enquanto ouvia da plateia. "Mas nós tivemos, pelo menos, cerca de 39 segundos, nós tivemos uma ótima química", finalizou.
Leia Também:
Trump também revelou que teve um rápido encontro com Lula no intervalo entre o discurso dos dois mandatários. O petista foi o primeiro chefe de estado a discursar, seguido de Trump. Segundo o norte-americano, os dois marcaram uma reunião para discutir as sanções aplicadas ao Brasil.
“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos e nós demos um abraço. Nós concordamos em nos reunirmos na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar, foram 20 segundos, mas eu estou satisfeito e fico feliz por ter tido que esperar”, disse Trump.
“Eu gostei dele e só faço negócios com pessoas que eu gosto”, afirmou.

Lula defendeu prisão de Bolsonaro
A reação inesperada de Trump ocorreu após Lula utilizar seu discurso na Assembleia Geral da ONU para ressaltar a solidez das instituições brasileiras e a defesa do Estado Democrático de Direito.
Em tom firme, o petista lembrou que, pela primeira vez em 525 anos de história, um ex-chefe de Estado foi condenado no Brasil por atentar contra a democracia, fazendo referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O episódio se deu em meio ao pior momento das relações bilaterais em 201 anos e um dia após o governo Trump impor novas sanções financeiras e restrições de visto, a esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Viviane Barci de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, em resposta à condenação do ex-presidente por tentativa de golpe e outros quatro crimes.
O republicano, que há meses acusa o Brasil de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, também critica decisões do STF sobre regulação das big techs, apontadas pela Casa Branca como ameaça à liberdade de expressão e prejuízo a cidadãos e empresas.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes