POLÍTICA
Wagner revela viagem aos EUA para negociar tarifaço com Trump
Líder do governo no Senado viaja com grupo multipartidário para discutir sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros
Por Cássio Moreira

Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado, o senador Jaques Wagner (PT) deve viajar aos Estados Unidos nos próximos dias para discutir com parlamentares e empresários americanos a sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros comercializados aos países. Nesta quarta-feira, 23, o parlamentar criticou a medida do presidente Donald Trump.
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Wagner, que deve viajar com um grupo de cerca de oito parlamentares, afirmou que a medida do chefe da Casa Branca "não faz o menor sentido". O senador petista frisou o fato do Brasil comprar mais produtos dos Estados Unidos do que exportar.
"É em função do chamado tarifaço, imposto pelo governo americano, na minha opinião totalmente injusto ao povo brasileiro, prejudicando nossas empresas, nossos empregos, nossa economia. A Comissão de Relações Exteriores organizou e nós fizemos um grupo de oito senadores de vários partidos, do PL, do PP, do PSD, do PT, e vamos lá em missão de negociação", explicou em conversa com a imprensa.
Tentativa de negociação
Wagner reforçou a intenção de negociar com os Estados Unidos para chegar a um consenso sobre a tarifa imposta por Trump, que fez justificativas políticas ao impor a taxa, afirmando que o Brasil promovia uma "caça às bruxas" ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Como diz o presidente Lula, "você sai para pescar todo dia, mas nem todo dia você pesca um peixe, mas se você não sair para pescar, você nunca vai pescar um peixe". Então nós estamos indo lá organizados, com uma missão de negociação. Explicar aos empresários americanos, aos parlamentares americanos, que não tem o menor sentido estabelecer tarifas para o Brasil que, como eu disse aqui, nós somos deficitários. A gente compra mais dos americanos do que vende. Então, não tem sentido ele querer botar tarifa sobre o nosso produto. Ele pode botar tarifa para quem é superavitário, ou seja, que vende mais para ele do que compra", disparou Wagner.
Entenda o tarifaço
No dia 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de uma sobretaxa de 50% nos produtos brasileiros exportados para o país. A medida, segundo o chefe da Casa Branca, que também trava uma guerra comercial com o Brics, bloco econômico do qual o Brasil faz parte, é uma retaliação ao que ele considerada uma perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Conheci e tive contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes mundiais. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato — inclusive pelos Estados Unidos —, é uma desgraça internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente", afirmou Trump na carta endereçada ao Brasil.
O Brasil é um dos principais parceiros comerciais o qual se destaca pelas exportações de commodities a países considerados subdesenvolvidos como a China e até mesmo o país norte-americano que implica medidas econômicas reprovadas até mesmo para os seus patriotas. Mas ainda mais prejudicial pode ser a taxação para os exportadores baianos.
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