POLÊMICA
Yanomamis: gestão Bolsonaro recusou fechar espaço aéreo contra garimpo
Força Aérea Brasileira não aceitou pedidos feitos pela Polícia Federal durante governo do ex-presidente
Por Da Redação
Na gestão de Jair Bolsonaro (PL), a Força Aérea Brasileira (FAB) não aceitou pedidos que visavam o fechamento do espaço aéreo nas terras indígenas yanomamis e reforçar a fiscalização contra o garimpo ilegal na região, como revela reportagem do UOL, divulgada nesta segunda-feira, 27.
Os pedidos foram realizados pela Polícia Federal, segundo quatro fontes do órgão que não quiseram ser identificadas na publicação. As solicitações da PF ocorreram em 2021 e 2022, com negativas da FAB para todos.
Nos documentos, estão descritos helicópteros que seriam usados pelos garimpeiros e foram captados na região dos yanomamis por radares. As aeronaves seriam de garimpeiros que atuam de forma ilegal em área de proteção da comunidade tradicional e de preservação ambiental em Roraima.
Entre as justificativas da FAB para as negativas, foram destacados fatores como a “grande área” das terras indígenas. Ainda foi pontuado o gasto para a operação, com um pedido de compensação por parte do órgão militar, que seria destinado para a realização dos voos necessários para a fiscalização da região.
Os aviões radares da Força Aérea Brasileira têm tecnologia que permite a identificação dos aviões dos garimpeiros, ainda que estejam em voo baixo. O procurador do Ministério Público Federal, Luís de Camões Boaventura, disse para a publicação que o problema para a fiscalização ocorre há mais de 10 anos.
“Nos anos em que atuei na Amazônia, eu não vi a FAB fazer nada", disse o procurador. A FAB não respondeu sobre as negativas e os pedidos feitos pela Polícia Federal.
A ajuda aos yanomamis ainda tem enfrentado desafios como atendados contra algumas das atuais bases de apoio do governo federal, a exemplo da que ocorreu no último dia 23 na aldeia Palimiú, em Roraima. As informações são do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).
A base federal foi instalada há pouco mais de duas semanas e entre os objetivos está o de tentar impedir a entrada de barcos com suprimentos e equipamentos para garimpo no território yanomami.
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