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“O panorama para a Bahia não poderia ser melhor”, diz Daniel Victória

Confira a entrevista com o presidente da Bahia Pesca

Publicado quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024 às 06:25 h | Atualizado em 29/02/2024, 08:37 | Autor: Claudia Lessa
Daniel Victória, presidente da Bahia Pesca
Daniel Victória, presidente da Bahia Pesca -

Empresa criada pelo governo estadual, a Bahia Pesca tem um trabalho focado no fomento da produção e do consumo de pescado, durante todo o ano, como destacou o presidente da companhia, Daniel Victória. Neste contexto, o dirigente da empresa, em entrevista ao Caderno Municípios, traça um panorama positivo do setor pesqueiro na atualidade, favorecido pela implementação de políticas públicas alinhadas com o governo federal, a começar pela criação do Ministério da Pesca e da Aquicultura. Daniel Victória fala, também, sobre as perspectivas para o setor no feriadão da Semana Santa e uma maior presença de mulheres no segmento da pesca, representando 58% dos registros de pesca profissional na Bahia, entre outros assuntos. Confira!

Qual o panorama atual do setor pesqueiro na Bahia?

O panorama para a Bahia não poderia ser melhor por conta do alinhamento dos governos Federal e Estadual, o que facilita a implementação de políticas públicas, a começar pela própria recriação do Ministério da Pesca e da Aquicultura (MPA). Isso se apresenta como um fator muito mais favorável que em relação ao governo anterior, quando o setor era visto apenas como um apêndice da Algicultura (cultura de algas) . Hoje, temos aberto um canal de diálogo muito profícuo com o Governo Federal tanto no MPA quanto com outros ministérios, como o Ministério da Ciência e Tecnologia, com quem temos uma importante parceria visando a expansão do trabalho já realizado no nosso Centro Vocacional Tecnológico Territorial do Pescado, o CVTT, que fica em Santo Amaro. São essas parcerias que vão viabilizar os projetos que a Bahia Pesca tem, não somente para a pesca extrativista, mas para a piscicultura, para a ostreicultura, para a algicultura e a carcinicultura (técnica de criação de camarões em viveiros).

Especialmente no período da Quaresma, como se dá a atuação da Bahia Pesca no sentido de contribuir com a preparação do segmento para atender a demanda do período?

É importante ressaltar que a Bahia Pesca trabalha pelo fomento da produção e do consumo de pescado durante o ano todo. O nosso trabalho é incansável no sentido de tornar o pescado uma alternativa de consumo de proteína animal de alto valor nutritivo para todas as camadas da população. Especificamente neste período de quaresma, em que há aumento da demanda de pescado, a Bahia Pesca procura orientar o consumidor a buscar o pescado em fontes seguras e confiáveis. O pescado é um produto altamente perecível e exige condições apropriadas de armazenamento, por isso indicamos que o consumidor compre diretamente do pescador, nas colônias de pesca.

Que perspectivas são esperadas para o setor no feriadão da Semana Santa deste ano?

A perspectiva é a mesma dos anos anteriores: espera-se um aumento da demanda e da importação de peixes de outros estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, já que a oferta local não supre o aumento da demanda desta época do ano na Bahia.

Quanto a atividade de pescados movimenta a economia baiana, principalmente na Quaresma, e quanto emprega nesta época do ano?

Existe um aumento do número de pessoas para fazer o beneficiamento do pescado e a inclusão de um contingente significativo de pessoas que não são do ramo, mas que aproveitam o período para comercializar o pescado. Não temos como quantificar o aumento de gente empregada, pois se trata de um aumento sazonal em um mercado em que ainda predomina a informalidade.

Dados do Ministério da Pesca apontam que 58% dos registros da categoria são de mulheres. A que se deve essa representatividade feminina no setor?

As mulheres sempre foram maioria na pesca artesanal da Bahia. Pelas próprias características geográficas do Estado, com grandes áreas de estuário, sempre houve um predomínio da mão de obra feminina na atividade de mariscagem. O que mudou é que agora elas estão conseguindo ter visibilidade. Os dados do Ministério da Pesca, de que 58% dos registros da categoria são de mulheres, retratam um cenário de predominância feminina no setor que já era conhecido pela Bahia Pesca e que nós ainda acreditamos que possa estar até subestimado.

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