REGIÃO METROPOLITANA
Cantora denuncia racismo em SAC na Bahia: "cabelo de macaco"
Marcela Guedes, vocalista do Samba Ohana sofreu racismo em SAC de Lauro de Freitas
Por Felipe Sena
A cantora Marcela Guedes, vocalista da banda Samba Ohana, denunciou um caso de racismo na unidade do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. O caso que aconteceu na quarta-feira, 28, foi registrado por pessoas que estavam no local e viralizou nas redes sociais.
Ao Portal A TARDE, Marcela disse que no dia 28 de agosto, por volta das 13h, foi vítima de um caso de racismo, descrito por ela como “um crime grave e ridículo”.
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De acordo com Marcela, ela tinha se dirigido ao SAC de Lauro de Freitas, quando chegou um senhor “exaltado, batendo na mesa” e exigindo que a atendente resolvesse o problema dele.
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Em seguida, Marcela relatou que foi fazer o atendimento e tinha que aguardar para pegar outra senha para fazer outra “coisa”, quando uma mulher negra chegou até ela para dizer que o senhor tinha falado ofensas racistas para ela.
Outra pessoa que estava com ela, retornou ao local para coletar informações e mostrou o que tinha acontecido. “Se eu sou representada por um macaco, eu sou muito bem representada, pior seria se fosse por você”, disse Marcela em frente ao senhor quando retornou ao local.
“Primeiro me deu uma sensação de impotência, depois em transe, depois fiquei muito nervosa que aquilo estava acontecendo comigo, mesmo eu sabendo, que isso acontece diariamente com diversas outras pessoas e tomo partido inclusive sobre isso, no meu trabalho, na minha vida pessoal e sempre defendo a causa, mas quando é com a gente sempre toma um baque, um susto, medo e vários outros sentimentos”, afirmou.
De acordo com Marcela a Sepromi a indicou o centro de referência Nelson Mandela para conversar com um delegado. O caso foi registrado na 23ª Delegacia Territorial de Lauro de Freitas.
Confira vídeo completo do relato de Marcela:
Ao Portal A TARDE, a Secretaria da Administração do Estado (Saeb) informou que “está ciente da situação que aconteceu dentro do SAC Lauro de Freitas”. Além disso, reforçaram que a “Saeb repudia de maneira veemente casos desse tipo e está à disposição da Justiça para colaborar na apuração e investigação do caso”.
A Lei 14.532/2023, publicada em janeiro deste ano, equipara a injúria racial ao crime de racismo. Com isso, a pena tornou-se mais severa com reclusão de dois a cinco anos, além de multa, não cabe mais fiança e o crime é imprescritível. É considerada injúria racial ofensas, como chamar uma pessoa de “macaco”.
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