INJÚRIA RACIAL
"Desculpa a quem tem a cor negra", diz enfermeira investigada por injúria racial
A suspeita foi ouvida na Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis, em Salvador
Por Redação
A enfermeira Camilla Ferraz Barros, ex-gerente de operações do Hospital Mater Dei Salvador, investigada por injúria racial, após supostamente chamar uma funcionária da loja Petz, no bairro do Imbuí, de "petista, baixa e preta", prestou depoimento nesta sexta-feira, 10, no Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis. Durante cerca de uma hora na delegacia, Camilla preferiu permanecer em silêncio. Ela chegou e saiu do local acompanhada por seu advogado, cobrindo o rosto.
De acordo com um áudio enviado a um grupo de trabalho do hospital, veiculado pela TV Bahia, Camilla afirmou que foi agredida e que "acabou exagerando" na reação. "Vocês têm contato comigo e sabem que não sou uma pessoa racista, vim de baixo. Eu perdi o controle na loja depois de ter sido agredida fisicamente pela vendedora, então a única coisa que tinha para não agredir a vendedora era agredir com palavras, e acabei exagerando. Me desculpa a quem tem a cor negra, só posso pedir desculpa a vocês. Estou sendo 'achuncalhada', o Mater Dei está sendo citado, acredito que a empresa vai estar me desligando, mas faço questão de pedir desculpa a cada um de vocês."
Camilla também mencionou que realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). "Vocês sabem minha essência, me conhecem diariamente e sabem que não sou essa pessoa. Só queria mesmo me explicar e dizer que antes disso tudo eu fui agredida, fui pro IML e só colocaram a parte que era conveniente pra mídia", acrescentou.
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Segundo a delegada Patrícia Barreto, o caso está em fase de conclusão e que os exames periciais foram realizados e as imagens de câmeras de segurança já foram anexadas ao processo.
Após o incidente, Camilla foi desligada do Mater Dei Salvador. Em nota, a Rede Mater Dei de Saúde informou a demissão da ex-gerente. "Após uma sindicância interna que envolveu a diretoria, o setor jurídico e compliance, a decisão foi comunicada neste domingo, 5. A Rede Mater Dei de Saúde não tolera qualquer ato discriminatório por parte de seus integrantes e reafirma seu compromisso com a igualdade e a inclusão", diz o comunicado.
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