SALVADOR
Em Salvador, mulheres marcham contra a violência de gênero na Barra
Durante a mobilização, manifestantes destacaram dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil
Por Redação

Centenas de mulheres se reuniram na tarde desta sexta-feira, 8, na orla da Barra, em Salvador, para protestar contra a violência de gênero e reivindicar direitos. A marcha, organizada por movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, teve início no Cristo e seguiu até o Farol da Barra. Entre as principais pautas estavam o combate à violência contra a mulher, a defesa do direito ao aborto seguro e legal, e o fim da escala de trabalho 6x1.
Durante a mobilização, manifestantes destacaram dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil. Em 2024, foram registrados 1.444 casos de feminicídio, sendo a maioria das vítimas mulheres negras. Além disso, uma mulher é estuprada no país a cada seis minutos.
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“A cada seis minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. A maioria das vítimas de feminicídio são mulheres negras. Essa barbárie tem que acabar”, afirmou Milena Oliveira, do Movimento Mulheres em Lula (MML). Ela cobrou a ampliação de políticas públicas para enfrentar essa realidade. “Estamos nas ruas para cobrar do presidente Lula e dos demais governos mais investimentos no combate à violência machista. A Lei Maria da Penha precisa ser efetivada e sair do papel".

Fim da escala 6x1
Outra pauta abordada no ato foi o modelo de trabalho 6x1, em que o trabalhador tem apenas um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho.
“Essa pauta não poderia ficar de fora. Trabalhar seis dias para descansar apenas um é uma forma de escravidão moderna”, disse Lúcia Martins, da Secretaria de Mulheres do PSTU. Ela destacou que essa carga é ainda mais pesada para as mulheres, que acumulam o trabalho formal e as tarefas domésticas. “Além do trabalho, temos que cuidar da casa e dos filhos. De acordo com o IBGE, nós, mulheres, gastamos 21 horas por semana com os afazeres domésticos, enquanto os homens gastam apenas 11 horas. Isso não dá mais".

Entre as reivindicações da mobilização, está a criação de medidas para reduzir a sobrecarga feminina. “Queremos o fim da escala 6x1, sem redução de salários e direitos. Defendemos creches e escolas em tempo integral para nossas crianças, além do aumento das licenças maternidade e paternidade para que mães e pais possam dedicar tempo igual no cuidado com os filhos pequenos”, concluiu Lúcia Martins.
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