SALVADOR
Fórum +50: diretora diz que evento "promove visão mais ampla sobre o envelhecimento"
Em Salvador, 30,5% da população tem mais de 50 anos, número que reflete uma tendência global
Por Isabela Cardoso

A longevidade dentro da sociedade atual não é mais vista como um fardo, mas como uma janela para novas possibilidades. Em Salvador, 30,5% da população - total de 737 mil pessoas - tem mais de 50 anos, um número que reflete uma tendência global e reforça a necessidade de políticas e iniciativas que promovam a valorização da experiência e do conhecimento desses cidadãos.
É com esse propósito que foi criado o Fórum 50+: Longevidade Ativa, Produtiva e de Valor. Em entrevista ao Portal A TARDE, Maiza Santana Neville Ribeiro, fundadora e diretora executiva da Damicos Consultoria, principal empresa idealizadora do evento, compartilhou a sua visão sobre a importância de incluir essa faixa etária no cenário social e empresarial.
“O Fórum surge para promover essa visão mais ampla e positiva sobre o envelhecimento, incentivando diálogos e ações que transformem desafios em oportunidades. A longevidade pode e deve ser sinônimo de inovação, produtividade e contribuição ativa para a sociedade”, explica.
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Maiza, que tem 78 anos, é uma representante dos desafios enfrentados por aqueles que já passaram da marca dos 50. De acordo com a diretora, ela segue ativa no mercado, mas reconhece os obstáculos diários impostos pelo etarismo.
“O etarismo, preconceito silencioso contra a idade, afeta não apenas a autoestima dos profissionais com mais de 50 anos, mas também reduz suas chances no mercado de trabalho”, diz Maiza, enfatizando que o Fórum 50+ vai além de ser um evento. Ele é uma oportunidade real de mudar a mentalidade das empresas e da sociedade, integrando a experiência dos mais velhos à agilidade dos mais jovens.
“Queremos reforçar que os profissionais maduros estão cada vez mais alinhados com as mudanças nas organizações, têm muito a oferecer e podem contribuir na inovação dos negócios com sua experiência, capacidade de tomada de decisão crítica analítica, maturidade e visão estratégica”, destaca.
O evento busca também incentivar o protagonismo dos profissionais 50+, que devem se reconhecer como agentes de transformação em todos os campos da sociedade.
“Precisamos nos reconhecer como protagonistas e disputar oportunidades em igualdade de condições. A longevidade não é um limite, é um ativo! E juntos, podemos construir um cenário mais inclusivo, onde a idade não define competência”, afirma.
O que esperar do Fórum 50+?
Com uma programação rica e diversificada, o Fórum 50+ será um espaço de troca de ideias, aprendizado e conexão. Maiza destaca o que os participantes podem esperar do evento:
- Informações e boas práticas: Atualizações sobre saúde, bem-estar, carreira, empreendedorismo e outros temas relevantes para quem quer viver essa fase com autonomia e propósito.
- Networking e conexões: Oportunidades para conhecer novas pessoas, trocar ideias e estabelecer parcerias.
- Envelhecimento ativo: Incentivo ao envolvimento em iniciativas de saúde, lazer, cultura, voluntariado e políticas públicas.
- Reinvenção profissional: Orientações para quem busca novas oportunidades de emprego, reposicionamento no mercado ou até para quem deseja iniciar um novo negócio.
- Saúde e qualidade de vida: Discussões sobre hábitos saudáveis e estratégias para manter-se ativo e bem.
- Tecnologia e inovação: Dicas sobre ferramentas digitais que podem facilitar a rotina e ampliar as possibilidades do público 50+.
Diversidade etária nas empresas
Maiza também aborda a importância da diversidade etária nas empresas, especialmente em um contexto de mercado de trabalho em transformação. “O aumento da expectativa de vida e a transformação do mercado de trabalho tornaram essencial a discussão sobre envelhecimento ativo, diversidade etária e inclusão de 50+ nas empresas”, afirma.
Para a fundadora, a inclusão de profissionais mais experientes vai além de uma questão social, tornando-se um diferencial competitivo. “Empresas que adotam equipes multigeracionais são 35% mais propensas a superar seus concorrentes, segundo estudos da McKinsey”, diz.
Além disso, Maiza destaca que os profissionais 50+ apresentam vantagens em termos de retenção de talentos, com taxas até 30% superiores às dos mais jovens. Isso, segundo ela, se traduz em menores custos de recrutamento e treinamento, como aponta um estudo da PwC.
“A troca de conhecimentos entre gerações impulsiona a criatividade e a resolução de problemas, criando ambientes de trabalho mais produtivos e equilibrados”, complementa.
Para construir um futuro mais inclusivo e sustentável, ela defende investimentos em programas de capacitação contínua, políticas de participação flexíveis e incentivos para a permanência desses profissionais no mercado. “Combater o etarismo e promover a inclusão de pessoas 50+ melhora o clima organizacional e contribui para a construção de uma sociedade mais justa”, conclui Maiza.
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