SALVADOR
Homem acusa segurança do Hiperideal de racismo: "Não sou ladrão"
Caso aconteceu na unidade de Armação
Por Victoria Isabel
Um homem de 23 anos denunciou ter sido seguido e alvo de racismo em um supermercado localizado em Salvador, na tarde deste domingo, 18. Breno Jezrael relatou que o segurança do supermercado Hiperideal, localizado no bairro de Armação, o seguiu por toda a loja enquanto ele realizava compras.
O jovem gravou o momento após o ocorrido, ainda dentro da unidade. No registro, visivelmente abalado, Breno aparece indignado com a situação. "Estou aqui hoje porque eu posso pagar. Estou indignado porque sou de classe média baixa, mas se eu vim aqui é porque eu posso. Eu sou jornalista, eu estudo, eu não sou qualquer pessoa não. E mesmo que eu fosse, eu tenho diretos. Se eu tenho dinheiro e eu vim aqui, eu tenho possibilidade de comprar", relatou.
"Eu não vou aceitar que ninguém dentro desse mercado aqui me maltrate. Estou indo na delegacia prestar um boletim de ocorrência, e vou entrar com uma ação judicial pelo que eu estou passando, porque isso é constrangimento", continuou exaltado.
"Eu não vou aceitar isso não. O que eu passei aqui foi feio. Por que eu? porque sou negro? O segurança foi até o final para poder me seguir. Eu não sou ladrão e eu posso provar", completou.
Veja relato da vítima:
Em conversa com a equipe de reportagem do portal A TARDE, Breno contou que estava hospedado em um hotel nas proximidades e, juntamente com seu companheiro, foi até o supermercado. Ao chegar, percebeu que o segurança olhou para eles de forma "estranha" e começou a segui-los de perto.
O jovem afirmou que seu companheiro notou sua intenção de questionar o segurança e pediu para que ele não fizesse nada. Após realizarem a compra e voltarem ao hotel, Breno se deu conta de que havia esquecido de comprar o gelo e, por volta das 17h30, retornou ao supermercado. Segundo ele, o mesmo segurança continuou a segui-lo.
"Ele me acompanhou até a saída do estacionamento. Eu perguntei o motivo, e ele respondeu que era o trabalho dele. Eu então questionei se o trabalho dele era perseguir pessoas negras, já que havia outras pessoas brancas no local que não estavam sendo seguidas. Eu expliquei que sou uma pessoa do bem, trabalhador, e que não havia razão para ele me seguir daquele jeito. Mesmo assim, ele insistiu que era o trabalho dele", relatou Breno.
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O jovem ainda afirmou que, ao se aproximar da entrada do supermercado, dois outros seguranças disseram que ele estava apenas cumprindo suas funções, mas prometeram investigar o caso. Breno, por sua vez, falou sobre a questão racial e foi informado de que essa seria "uma pauta pessoal" dele e não uma questão relacionada ao ocorrido.
O portal A TARDE teve acesso ao boletim de ocorrência (B.O.) registrado pela vítima. A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria do Hiperideal e até o momento da publicação, não houve posicionamento oficial sobre o caso.
Confira o B.O. na íntegra:
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