A TARDE BAIRROS
Malê Debalê, o bem da TERRA
Uma mudança que afasta jovens do caminho do tráfico e também dá a eles conscientização política, cidadã e cultural
Por Priscila Dórea
“Quando eu soltar minha voz, vai ecoar nos quatro cantos do mundo. Eu vou dizer com prazer: eu sou Malê. Eu sou Malê Debalê!" , diz a canção. No Domingo, da Banda Malê Debalê. Há 45 anos, um grupo de jovens de Itapuã queria que o bairro fosse melhor visto, que as ruas fossem asfaltadas, tivesse um saneamento de melhor qualidade, as crianças tivessem acesso a educação e que toda a comunidade de Itapuã fosse vista, reconhecida e valorizada… E o Malê Debalê foi criado.
“O Malê nasceu pautando Itapuã. O objetivo sempre foi melhorar as condições dessa região tão rica, mas que era tão marginalizada. E quando você nasce solidificado dessa forma, bem embasado em seu propósito, acho que o resultado não poderia ser diferente do que é hoje. O Malê Debalê está rodeado por comunidades carentes, então temos total ciência da profundidade dessa carência e do papel fundamental do Malê em buscar mudar isso”, explica o presidente do Malê Debalê - o maior balé afro do mundo! -, Cláudio Araújo.
Leia Mais:
>> Para sempre, Itapuã
>> Pescadores, o bem do MAR
>> Legado para as novas gerações
Uma mudança que afasta jovens do caminho do tráfico e também dá a eles conscientização política, cidadã e cultural. “Meu pai, Josélio Araújo, um dos fundadores do Malê e presidente anterior, sempre diz que é possível educar os pais através dos filhos e é isso que acabamos fazendo. Dentro do Malê esses jovens têm acesso a todo tipo de aula e fortalecimento fundamentais, por isso me emociono nas aulas e ensaios, e mais ainda no domingo de Carnaval, quando 1.500 crianças do Malê Debalê tomam as avenidas”, explica Claudio, emocionado.
O Malêzinho foi criado em 1995 e assim o bloco dos adultos, possui seu balé e banda de percussão - e oficinas gratuitas com inscrições anuais para novos integrantes. “Cresci no Malê, frequento a sede desde criança e amo demais tudo o que ele representa, e também pelo tanto que ele ajuda a população de Itapuã. Hoje, esse amor foi passado para minha filha, que sempre foi muito tímida, mas que depois de ver o Malêzinho se apresentando começou a medir muito para entrar”, conta a trancista Laís Silva dos Santos, 36, nascida e criada em Itapuã e mãe de Kailla Louise, a atual Rainha do Malêzinho.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes