ACESSIBILIDADE
PCDs tem até está quinta para mudar colégio eleitoral; veja como
Projeto da Abadef e TRE tem objetivo de promover maior acessibilidade para pessoas com deficiência física
![Monica Oliveira realiza procedimento para mudança de colégio eleitoral](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1280000/1200x720/PCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179600202408071954-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1280000%2FPCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179600202408071954.jpg%3Fxid%3D6322775%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1723079359&xid=6322775)
O voto eleitoral é um momento importante em que o cidadão exerce seu papel de escolha através do voto num candidato, a partir de necessidades sociais e pessoais. Para isso, é necessário acessibilidade para todos, principalmente para quem tem a mobilidade comprometida por causa de deficiências físicas.
Por isso, a Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef) junto com o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), está realizando a Transferência Temporária de Eleitor (TTE) para que as pessoas com deficiência (PCDs) possam realizar a portabilidade de colégio eleitoral para outro que tenha acessibilidade.
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O serviço é oferecido nesta quarta-feira, 7, e na quinta, 8 de agosto, das 8h30 às 17h, na Abadef, localizada no Passeio Público, centro de Salvador. Para a requisição, é necessário apenas um documento oficial com foto, sob a condição de ter inscrição eleitoral e com registro prévio da deficiência no cadastro eleitoral. A transferência temporária somente é permitida dentro do mesmo município em que é inscrito o eleitor.
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A assistente administrativa Monica Oliveira, de 30 anos, que veio do interior da Bahia e mora em Salvador há mais de 7 meses, tem dificuldade motora nas pernas. Ela veio para realizar a transferência de colégio eleitoral, um momento importante para pessoas que lidam com a falta de mobilidade e precariedade nos locais de votação.
Monica se tornou uma pessoa com deficiência ainda na infância, segundo ela, por causa de um erro médico somado a uma queda que teve e não falou para sua mãe. Com as medicações receitadas pelo médico, seus ossos foram enfraquecendo e aos poucos, perdendo a mobilidade. “O local onde acontece a votação tem muitos buracos na rua, para nós que temos deficiência. Acredito que poderia colocar em um lugar mais acessível”, diz em entrevista ao Portal A TARDE.
![Marcos Zacarias é assistente administrativo da Abadef](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1280000/724x500/PCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179600202408071954-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1280000%2FPCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179600202408071954.jpg%3Fxid%3D6322778&xid=6322778)
O assistente administrativo da Abadef, Marcos Zacarias, de 60 anos, também com deficiência, afirma que a falta de mobilidade é um ponto que necessita de melhora para as pessoas PCDs. “Às vezes a ausência de uma rampa impede a pessoa PCD de cumprir a cidadania. Isso é um problema para o país porque são pessoas que estão aptas para votar e não votam, além da pessoa PCD se sentir excluída, não pertencente, é só cidadão para cumprir as obrigações, mas na hora de usufruir de seus direitos, a história é outra. O caminho com buracos, com poste no caminho, é precária essa situação, a mobilidade, a acessibilidade”, explica.
Segundo Monica, um dos problemas que também enfrenta é não ser reconhecida como uma pessoa deficiente quando chega em determinados lugares, porque sua deficiência não é “visível”, quando está de calça ou vestido longo, explica.
Marcos sofre com os mesmo problema. Quando trabalhava como gerente de administração em uma empresa, sofreu uma fratura após o motorista do caminhão que dirigia bater a porta com força, causando um acidente na mão direita. Depois de duas cirurgias e fisioterapia, voltou a ter maior mobilidade na mão e aprendeu a usar a mão esquerda. Após conhecer a Abadef, se tornou associado e depois foi convidado para trabalhar na entidade, que está há mais de um ano.
Uma família
Associada da Abadef há mais de 20 anos, Monica diz que o órgão é muito importante para pessoas PCDs. “A Abadef é um ponto de apoio muito importante, nos ajuda em tudo, dá um suporte muito grande. No nosso dia a dia, a gente tem nossas dúvidas, dificuldades. Eles estão sempre dispostos a nos ajudar. É como se fosse um membro do nosso corpo, a gente precisa. É família”.
![Abadef ajuda PDCs](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1280000/724x500/PCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179601202408071954-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1280000%2FPCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179601202408071954.jpg%3Fxid%3D6322779&xid=6322779)
![Diretora da Abadef, Silvanete Brandão, é presidente da Abadef](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1280000/724x500/PCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179602202408071954-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1280000%2FPCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179602202408071954.jpg%3Fxid%3D6322780&xid=6322780)
Em entrevista ao Portal A TARDE, Silvanete Brandão, presidente da Abadef, que usar perna mecânica, a ação é importante para a ação da cidadania dos PCDs. “É uma ação de cidadania porque faz com que as pessoas com deficiência, não sejam esquecidas do ato eleitoral que é tão importante para a construção de uma sociedade mais justa e mais digna, e concretizada no momento da votação junto com todas as outras pessoas. A pessoa com deficiência não pode ficar à margem, ainda mais num momento tão importante”.
![Ana Cristina Silva é coodenadora da Abadef](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1280000/724x500/PCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179603202408071954-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1280000%2FPCDs-tem-ate-esta-quinta-para-mudar-colegio-eleito0128179603202408071954.jpg%3Fxid%3D6322781&xid=6322781)
De acordo com a coordenadora da Abadef, Ana Cristina Silva, a iniciativa foi iniciada no ano passado em solicitação da presidente ao TRE, por causa de solicitações de associados, que hoje são 5 mil pessoas. No entanto, a adesão ainda está baixa. Por isso, a presidente da Abadef está administrando a questão para que mais pessoas votem. Pois, de acordo com Ana Cristina, “todos têm seu direito de votar”.
Serviços
O quê: atendimento itinerante do TRE-BA na ABADEF
Quando: 7 e 8 de agosto, das 8h30 às 17 horas
Onde: Associação Baiana de Deficientes Físicos (Av. Sete de Setembro, 281, Centro, no Passeio Público)
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