SALVADOR
Prima de Ivete sofre gordofobia em clínica de Salvador: "Frustrada"
Ela não cabia na máquina usada para o procedimento
A publicitária Jade San Galo, 27, se dirigiu, na última segunda-feira, 5, até uma clínica de Salvador para realizar uma ressonância pélvica. Ao chegar no local, após cumprir todos os pré-requisitos que incluem, por exemplo, limpeza de pele, ela foi surpreendida com a informação de que o procedimento não seria feito pois ela "não cabe" na máquina.
Jade possui 130 quilos, o que está acima da capacidade do equipamento. A questão estética não incomoda a jovem, que é prima da cantora Ivete Sangalo, a frustração apontada é pela impossibilidade dela cuidar da saúde.
"Por que eu não posso cuidar do meu corpo? Por que? Eu sei que sou diferente de todo mundo, mas eu não posso me cuidar? Não posso fazer um exame? Essa é a grande questão pra mim. Eu não posso cuidar de mim porque eu tenho um corpo maior do que o corpo dos outros", desabafa em entrevista ao Portal A TARDE.
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Além disso, ela lamenta não ter sido informada da impossibilidade de realizar o exame com antecedência. "Ninguém me distratou ou constrangeu, apesar da situação ser constrangedora. Mas eu gastei meu tempo, saí de casa, pedi folga do trabalho para realizar o exame e, no final do dia, fui a única da sala que não fez o procedimento."
Desnorteada após a informação, ela quase bateu o carro algumas vezes no caminho para casa.
Relação com o corpo
Hoje, Jade conta que a relação com o próprio corpo é positiva. Este sentimento foi criado ao longo dos anos após muita terapia e autoconhecimento.
"Tenho uma relação muito saudável. Cusco me cuidar, busco fazer exercício, busco comer as coisas certinhas, ter acompanhamento pra ser o melhor que eu possa ser, minha melhor versão", celebra.
Apesar disso, a gordofobia é um problema que precisa enfrentar diariamente. O sentimento é de viver em um mundo que não foi feito para ela.
"Quando eu vou viajar de avião, sempre tenho que pedir o extensor de cinto. Se eu for para algum evento, tenho que comprar roupa com muita antecedência, porque não é todo lugar que vende roupa para mim. Quando eu vou pra restaurante, eu sempre pesquiso a cadeira do restaurante antes, pra saber se ela tem braço, pra saber se ela é pequena, se ela é grande, se vou conseguir sentar e tal", narra.
"Tem determinado cinema em Salvador que eu não posso ir porque a cadeira não me cabe. Não é só de não conseguir fazer um exame, o que é um absurdo, são muitos absurdos. O constrangimento faz parte do dia a dia da pessoa gorda. E a gente tem que aprender a lidar com essas situações da melhor forma possível pra gente e cuidando da nossa cabeça, porque querendo ou não, afeta muito", encerra.
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