SALVADOR
Representantes do candomblé protestam no TJ contra intolerância
Grupo veio de Ilhéus, no sul da Bahia
Por Silvânia Nascimento | Portal Massa!
Após 14 anos na espera por uma resposta digna referente a agressão física e intolerância religiosa cometidas por parte de policiais militares, Mãe Bernadete de Oxóssi, liderança religiosa da região de Ilhéus, no sul da Bahia, pode estar prestes a viver a justiça que aguarda há mais de uma década. Nesta segunda-feira, 9, ela, junto com outros representantes do candomblé, ocuparam a parte externa do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), no Centro Administrativo, em Salvador, e realizaram um ato por pedido de justiça.
Enquanto os membros seguiam com as manifestações na portaria principal do prédio do TJBA, Mãe Bernadete foi direcionada para as dependências internas do Tribunal onde participou de um julgamento, fruto de um pedido de recurso da sua defesa, já que os PMs envolvidos na agressão, ocorrida em 2010, não foram penalizados.
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"Existe uma decisão em primeiro grau da Fazenda Pública. Essa decisão de primeiro grau dizia que Mãe Bernadete não tinha direito a nenhum reconhecimento de danos morais ou materiais. E aí, a gente entrou com um recurso, uma apelação recorrendo dessas decisões e trazendo outros elementos, inclusive, que comprovaram o processo da violência. Então, agora os policiais vão ser intimados no processo. Além disso, retorna para a Fazenda Pública para poder, enfim, a partir dessa anulação dessa decisão, se reconhecer um outro processo", explicou Laina Crisóstomo, filha de Santo e veradora, sobre o resultado do julgamento realizado na segunda-feira, 9.
Imagem ilustrativa da imagem Representantes do candomblé protestam no TJ contra intolerância e agressão.
Vítima relata agressões
Conforme relatos da vítima, as agressões aconteceram no dia 23 de outubro de 2010, quando alguns PMS realizavam buscas e revistas em residências no distrito do Banco do Pedro e no Assentamento Dom Hélder Câmara, em Ilhéus.
"Na época, eu estava manifestada do Orixá Oxóssi e policiais militares me jogaram num formigueiro. Os policiais e o Estado fizeram isso, desrespeitando a nossa comunidade religiosa, desrespeitando uma mulher. Por isso que esse ato aqui é muito importante para o povo de terreiro, porque só com a sociedade organizada é que vamos vencer as nossas lutas", disse Mãe Bernadete.
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