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A atual disseminação do vírus desperta preocupação, devido ao seu potencial patogênico e de transmissibilidade
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5 ANOS DE PANDEMIA

COVID

Após milhões de mortos, médica prevê nova pandemia: "É uma certeza"

Se existe uma coisa certa em relação à última pandemia provocada pela Covid-19 é que, infelizmente, ela não será a última que a humanidade vai enfrentar. E quem traz essa certeza são os próprios médicos e especialistas, que já estudam e traçam novas possibilidades. No entanto, a única dúvida é: quando, de onde virá e qual seu agente causador, podendo ser vírus, bactéria ou outro micro-organismo.

"Eu tenho certeza que nós vamos viver uma outra pandemia. Pode não ser na minha geração, pode não ser para a geração da minha filha, que hoje é estudante de medicina. Pode não ser esse ano, pode não ser daqui a 10 anos, mas pode ser amanhã. Então a gente tem que estar atentos e vigiar. Qualquer sinal de anormalidade, sinalizar aos órgãos nacionais e trazer a população para perto”, alerta a médica infectologista da Secretaria Municipal de Salvador, Adielma Nizalara.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua lista de patógenos que aparecem com maior potencial para desencadear uma nova pandemia, dobrando o número de agentes em comparação com listas anteriores. A nova listagem inclui mais de 30 vírus e bactérias com maior probabilidade e potencial pandêmico, entre eles estão: o vírus da Influenza A, do tipo H5N1, ou até mesmo uma nova mutação do vírus da Covid-19, o Sars-Cov-2.

“As doenças virais são muito interessantes. Ao mesmo tempo que têm grandes semelhanças e conseguimos prever como vão se comportar, elas podem surpreender e acabar virando uma pandemia. E lidar com o vírus é isso: você começa com o vírus, esses vírus podem sofrer mutações, e a pergunta é sempre: para onde vamos? Onde esse vírus vai dar? Essa mutação vai fazer esse vírus ficar pior, mais infectante, mais transmissível ou não? vai arrefecer aquela pandemia, a gente vai regredir? Esses são alguns questionamentos que fazemos. E as doenças novas, por serem novas, também são novas para a ciência. Novidades podem surgir, mutações podem acontecer. Não sabemos ainda qual será o vírus causador da nova pandemia, mas ela virá”.

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Mais de 500 milhões de pessoas se infectam todos os anos ao redor do mundo com o vírus influenza. Destas, entre 290 mil e 650 mil morrem, segundo estimativas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão do governo americano, e da OMS. Mas o vírus influenza também podem desencadear pandemias devastadoras. O passado é testemunha disso: a gripe espanhola (1918-1919), causada pelo H1N1, levou à morte de 50 milhões de pessoas; já a gripe de Hong Kong (1957-1958), causada pelo vírus H3N2, custou um número estimado entre um milhão e dois milhões de vidas.

Agora, o mundo tem a chegada do H5N1, a variação da Influenza que é também conhecida como gripe aviária e atinge aves, sobretudo, nos Estados Unidos. O grande temor está relacionado à possibilidade de transmissão para seres humanos, gerando consequências como pneumonia grave, falência respiratória e até mesmo óbio. A atual disseminação do vírus desperta preocupação, devido ao seu potencial patogênico e de transmissibilidade, como explica o médico infectologista Adriano Oliveira.

“A gente está aí na beira aí de ter uma pandemia com o vírus H5N1, que é a Influenza que já assola os Estados Unidos. Esse vírus está se aproximando cada vez mais do ser humano. A gente tem possibilidades concretas de ter uma nova pandemia motivada pelo H5N1. Mas já estamos monitorando e, diferente da Covid-19, estamos lidando com algo que já temos um norte por onde caminhar. Por isso, se acontecer uma pandemia provocada pela Influenza, a gente já sabe que medicação usar, o que é que ele faz… Não vai ser uma novidade absoluta, acredito eu. Mas claro que pode ir se agravando, assim como o coronavirus, que, mesmo sendo também um vírus já conhecido, foram as mutações dele que provocaram uma alta letalidade e que fez com que as coisas saíssem de controle”, pontuou em entrevista ao Portal A TARDE.

Imagem ilustrativa da imagem Após milhões de mortos, médica prevê nova pandemia: "É uma certeza"

Cuidado redobrado

Enquanto não dá para prever quando será a nova pademia, médicos e especialistas afirmam que o melhor caminho é pegar os aprendizados vividos e se preparar. Cuidados básicos, por exemplo, não devem ser negligênciados.

"Tivemos muitos apredizados nesses cinco anos. A grande capacidade do vírus de matar tantas pessoas foi o fato de ninguém ter nenhum tipo de imunidade cruzada, porque nós não tivemos sequer contato com aquele primeiro Sars-Cov e nem com o Mers. Quem teve contat lá no Oriente Média no passado, respondeu um pouco melhor do que a gente, que nunca tivemos nenhum contato. Então o corpo que não tem nenhum tipo de resposta, nem mesmo a memória de uma outra doença muito parecida, ele vai sofrer mais. Hoje já sabemos que isso influencia. Já sabemos como tratar e os cuidados necessários. Então foi um aprendizado a ‘duras penas’, mas um aprendizado", afirmou a infectologista da Secretaria Municipal de Salvador, Adielma Nizalara.

Além disso, Adielma ressalta a importância de diagnosticar precocemente e evitar cair em notícias falsas, uma dos maiores problemas na pandemia, segundo a infectologista.

"Ficaram muitos aprendizados. E um deles é você conseguir diagnosticar precocemente. Nós tivemos uma demora na comunicação deque nós estávamos diante de um vírus novo. E isso talvez tenha causado a disseminação muito mais rápida, porque nós poderíamos em algum momento no início da pandemia lá em Londres, ter sido comunicado. Os vírus surgem todos os dias, então inicialmente se achou que era apenas mais um vírus, até que se viu a gravidade do caso e uma pandemia já chegando. Aí fomos aprendendo como lidar e todos os cuidados necessários", disse.

Ainda de acordo com a infectologista, "é esse legado de aprendizado que tem que ser levado com a pandemia, porque senão nós vamos sofrer tudo de novo na próxima. E a próxima vai acontecer. Então a gente tem que estar atentos e vigiar. Qualquer sinal de anormalidade, sinalizar aos órgãos nacionais e trazer a população para perto", sinalizou.

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Coronavírus Covid-19 gripe aviária influenza Mutação Nova pandemia pandemia Vírus H5N1

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