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25/04/2023 às 20:59 - há XX semanas | Autor: Rafaela Souza

SAÚDE

Bahia registra 118 casos de SRAG causados pelo vírus respiratório

Especialistas destacam importância da prevenção para redução de contágio em crianças

Tereza Paim é pediatra e coordenadora da Neonatologia da Maternidade José Maria de Magalhães Neto
Tereza Paim é pediatra e coordenadora da Neonatologia da Maternidade José Maria de Magalhães Neto -

Em meio ao período de maior circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que é o principal agente causador de infecções do trato respiratório de bebês de até dois anos, as internações em decorrência da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) acendem o alerta na Bahia. Entre 1º e 13 de abril deste ano já foram registrados 118 casos e dois óbitos, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

A doença ocorre sazonalmente, sendo sua incidência mais frequente nos meses mais frios e chuvosos no Brasil. Ela é responsável por 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias em crianças de até dois anos. Lactentes com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave.

Tendo em vista a redução do contágio pelo vírus, especialistas discutiram medidas de prevenção ao VSR em um evento realizado nesta terça-feira, 25, em Salvador. Promovida pela AstraZeneca Brasil, a iniciativa contou com a participação da pediatra e coordenadora da Neonatologia da Maternidade José Maria de Magalhães Neto, Tereza Paim; do pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri; e da fundadora e diretora executiva da ONG Prematuridade, Denise Suguitani.

Segundo Tereza Paim, as notificações de SRAGs provocadas pelo VSR são um reflexo do fim do isolamento e flexibilização das medidas voltadas ao combate da Covid-19, como o distanciamento social e uso de máscaras. A partir disso, a especialista explica que, após a predominância do coronavírus, outros patógenos voltaram a circular.

“Como a gente chama a atenção para a prevenção, as pessoas acabaram ficando mais isoladas em 2020, 2021, com o uso de máscara, as crianças em casa, fora do ambiente escolar que é altamente infeccioso. Então, quando tudo volta ao normal, em 2023 tem chamado a atenção, com a queda da curva da Covid e os óbitos que reduziram bastante, a gente começa a ver a predominância dos outros vírus e entre eles o VSR, que atingem as crianças pequenas”, pontuou.

Em relação à exposição ao VSR, a neonatologista ainda apontou que os responsáveis por crianças em idade escolar devem redobrar os cuidados quando apresentarem sintomas gripais, além de continuar com as medidas de prevenção adotadas durante a pandemia.

"O vírus está presente, ele não desaparece da atmosfera. Então, com as medidas de prevenção sendo relaxadas, ele vai ocupar o espaço. A gente precisa considerar que as pessoas que estão gripadas possam usar máscara, que exista ainda aquele mesmo mecanismo que a gente teve através da prevenção da Covid", frisou.

Paim também falou acerca de um possível agravamento do quadro e necessidade de internamento hospitalar por conta da rápida disseminação do vírus.

"O impacto vem para o sistema de saúde porque as crianças precisam ser internadas. As que ficam muito graves e é um vírus que se dissemina muito rápido. Isso também acaba sendo um risco para outras crianças que estão na unidade", ponderou.

Sobre o tratamento, a especialista recomenda priorizar a hidratação, isolamento e descanso. Em casos de febre persistente, a criança deve ser levada ao hospital para uma avaliação especializada.

"É uma síndrome gripal que se transforma numa SRAG. Os cuidados são os mesmos de prevenção e o tratamento também, que é hidratar a criança, isolar bem na medida do possível, fazer lavagem nasal. E observar que em quadros de febre mais persistentes e muita obstrução nasal tem que levar para o pronto atendimento", destacou.

Prevenção medicamentosa

Ainda não existe vacina contra o VSR, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o medicamento Palivizumabe, que é indicado para bebês prematuros extremos, aqueles com cardiopatia congênita ou doença pulmonar crônica, casos em que a infecção costuma ser mais grave. O fármaco é um anticorpo monoclonal e induz a imunização passiva contra o vírus.

Na Bahia, desde fevereiro de 2020, a oferta do medicamento foi ampliada para crianças prematuras nascidas com idade gestacional até 32 semanas e seis dias e com idade inferior a um ano, além de crianças com idade inferior a dois anos com doença pulmonar crônica da prematuridade (displasia broncopulmonar) ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada.

Conforme a Sesab, o período de aplicação no Nordeste é de fevereiro a julho por conta da sazonalidade. Sobre o acesso ao tratamento, o responsável pela criança deve procurar uma das unidades de aplicação do medicamento com o formulário de solicitação do medicamento preenchido, termo de responsabilidade, prescrição médica, relatório médico, além de documentos de identificação dos responsáveis e do paciente.

A pasta ainda informou que há 16 unidades de aplicação para o Palivizumabe no estado, sendo seis localizadas em Salvador. Nas unidades da capital baiana, o direcionamento dos atendimentos é realizado de acordo com a maternidade onde a criança nasceu. A tabela com os locais e documentos necessários estão disponíveis no site.

Evento aconteceu nesta terça-feira, 25, em Salvador
Evento aconteceu nesta terça-feira, 25, em Salvador | Foto: Rafaela Souza | Ag. A TARDE

Alta no país

Assim como Paim, o pediatra infectologista Renato Kfouri apontou que a alta de casos registrados no Brasil está relacionada à flexibilização das medidas de segurança contra a Covid. Dados do Ministério da Saúde registraram um aumento expressivo nos estados brasileiros nos primeiros três meses de 2023. Entre janeiro e março, foram mais de 3,3 mil casos, sendo que 95% atingiram apenas bebês e crianças de 0 a 4 anos.

"Com a flexibilização do isolamento social e retomada das atividades presenciais, o vírus pode ter voltado a circular e apresentado essa alta de casos", afirmou.

O especialista reforçou que as ações de prevenção devem ser motivadas pela "conscientização do viver em coletividade".

"É importante todas as medidas [de higienização e proteção] aliadas à atualização da caderneta de vacinação contra outras doenças. A gente precisa insistir nas lições que a pandemia deixou", disse.

Prematuridade

Além da prevenção, Kfouri pontuou que o Brasil apresentou mudanças nos perfis das vítimas de mortalidade infantil. O especialista também falou sobre a necessidade de políticas de saúde direcionadas à prematuridade.

"Precisamos de mais UTIs Neonatais espalhadas pelo país, precisamos concentrar esses investimentos descentralizando esse tipo de atendimento e no cuidado pós-nascimento no segmento dessas crianças com risco. Eu acho que políticas públicas são fundamentais em todos os sentidos. Temos um longo caminho para avançar no Brasil", argumentou.

Diante dos riscos causados pelo SRV, a fundadora e diretora executiva da ONG Prematuridade, Denise Suguitani, falou sobre o vírus ser mais um fator para o aumento da mortalidade infantil. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prematuridade é a principal causa de morte de crianças com menos de 5 anos de idade.

“Os prematuros são mais vulneráveis ao VSR e pode ser potencialmente fatal. Então, quanto mais a gente falar sobre isso, trazer informações com clareza sobre prevenção é importante para muitas famílias”, ressaltou.

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