PREVENÇÃO
Baixa adesão às campanhas de imunização alerta autoridades em Salvador
Apenas 2.025 doses da vacina contra dengue foram aplicadas até ontem na capital
Por Madson Souza
A baixa adesão da campanha de imunização contra a dengue em Salvador é um exemplo do que tem acontecido no resto do país com relação a outras doenças. Das 87.307 pessoas aptas para recebimento do imunizante nesta primeira fase de vacinação na capital baiana, apenas 2.025 doses foram aplicadas até às 15h de ontem. Ações como o projeto Vacinação nas Escolas, que foi apresentado pela Secretaria estadual da Educação (SEC) na abertura deste ano letivo, aparecem como uma tentativa de aproximar a imunização da população.
A parceria da SEC com a Secretaria estadual da Saúde (Sesab) visa erradicar, eliminar e controlar diversas doenças imunopreveníveis infectocontagiosas. A coordenadora de execução de programas e projetos da educação básica da SEC, Djenane Santos, explica que os motivos para os baixos números de adesão são complexos e identifica os principais.
“Este fenômeno está relacionado a causas multifatoriais, que perpassam pela disseminação de notícias falsas, insegurança em relação a reações adversas e a dificuldades no acesso aos serviços de saúde, dentre outros”. É nesse cenário que o novo projeto procura facilitar o acesso a imunizantes para os estudantes.
A ideia, segundo Vânia Rebouças, coordenadora de imunizações e vigilância epidemiológica de doenças imunopreveníveis da SESAB, é fornecer todas as vacinas disponíveis para as faixas etárias dos estudantes. O que inclui não só crianças, mas também reforçar a abrangência da vacinação em diversas modalidades, como a Educação Escolar do Campo, Educação Escolar Quilombola, a Educação Escolar Indígena e a Educação de Jovens e Adultos.
A ação vai acontecer da seguinte maneira. “As secretarias municipais de saúde vão visitar as escolas e neste momento elas vão fazer análise da caderneta de vacina e já fazer o movimento de vacinação atualizando naquele momento”, explica Vânia. É preciso que as unidades de ensino agendem a visita dos profissionais e comuniquem previamente aos pais ou responsáveis.
Ela ainda ressalta a importância da medida. “É uma alternativa para mantermos doenças eliminadas e controladas no nosso território. Não só atualizando as suas cadernetas de vacinação, mas também convocando toda a sociedade na qual o estudante está inserido para este mesmo movimento”, ressalta a coordenadora.
O cronograma prevê duas semanas de mobilização, sendo a do primeiro semestre programada para ocorrer de 26/2 a 1º/3 e a do segundo semestre, de 8/7 a 12/7. Alunos das redes municipal e privada também serão contemplados. Para que isso ocorra, é necessário que as escolas solicitem a presença das equipes.
Mais postos
Diante desses números de baixa adesão à campanha de vacinação da dengue, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) decidiu ampliar o número de postos que ofertam o imunizante de 35 para 107. A medida já está valendo. Vale lembrar que o público apto para a vacinação são pré-adolescentes entre 10 e 11 anos.
Assim que soube que havia imunizantes contra a dengue Michele Macedo, que trabalha com bordado, tratou de levar seu filho Arthur Macedo, de 10 anos, para vacinar. “Peguei ele na escola e trouxe logo. Ano passado ele teve dengue e ficou internado por cinco dias. Foi um horror”. Com pouca fila, o jovem Arthur logo foi atendido na tarde de ontem e contou seu relato sobre a experiência. “Não doeu nada!”.
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