SAÚDE
Estudo revela que esse tipo sanguíneo tem maior risco de infarto
Essa diferença está ligada a proteínas específicas do sangue

Por Isabela Cardoso

Você sabia que o seu tipo sanguíneo pode dizer muito sobre a saúde do seu coração? Um levantamento global com mais de 1,3 milhão de pessoas revelou que a diferença entre ter sangue tipo O ou A, B e AB pode ir além das transfusões. Isso pode determinar o risco de infarto e trombose.
Apresentado no IV Congresso Mundial de Insuficiência Cardíaca Aguda, promovido pela Sociedade Europeia de Cardiologia, o estudo apontou que pessoas com sangue A, B ou AB têm 9% mais chances de sofrer eventos cardíacos do que aquelas com sangue tipo O
Por que o tipo sanguíneo afeta o coração
Segundo os cientistas, essa diferença está ligada a proteínas específicas do sangue, como o Fator de von Willebrand e a Galectin-3, encontradas em níveis mais altos em pessoas com tipos A, B e AB. Essas substâncias aumentam a formação de coágulos, o espessamento das artérias e o risco de inflamações, o que eleva a probabilidade de infarto e embolia.
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Já quem possui sangue tipo O apresenta menores níveis dessas proteínas, o que confere uma proteção natural contra doenças cardiovasculares e até alguns distúrbios neurodegenerativos, de acordo com os pesquisadores.
O que isso muda na prática
Embora o tipo sanguíneo não possa ser alterado, conhecê-lo pode ajudar médicos e pacientes a identificar riscos e intensificar os cuidados preventivos.
“Saber o tipo de sangue é uma ferramenta importante de autoconhecimento em saúde. Ele pode indicar predisposições e ajudar na prevenção de doenças”, afirma o hematologista Douglas Guggenheim, da Universidade da Pensilvânia.
Especialistas recomendam que pessoas com sangue A, B ou AB adotem medidas que reforcem a saúde do coração, como:
- praticar atividade física regularmente;
- manter alimentação equilibrada, com baixo teor de gorduras saturadas;
- controlar pressão arterial e colesterol;
- evitar tabagismo e álcool em excesso.
Tipos sanguíneos e evolução
Os tipos A, B, AB e O são definidos pelos antígenos nas hemácias, enquanto o fator Rh depende de proteínas na superfície das células sanguíneas. Guggenheim explica que essas variações surgiram por adaptações evolutivas do corpo humano a diferentes ambientes e doenças.
“Enquanto os tipos A e B tendem a ter respostas inflamatórias mais intensas, o tipo O evoluiu com uma menor propensão a coagulações, o que ajuda a entender sua menor incidência de infartos”, complementa o pesquisador.
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