SAÚDE
Garrafas d'água plásticas podem causar prejuízo à saúde, diz estudo
Estudo avaliou o impacto das garrafas plásticas na liberação de resíduos perigosos

Por Redação

Um estudo canadense publicado pelo “Journal of Hazardous Materials” mostrou que somente o ato de beber água de uma garrafa plástica pode introduzir no corpo humano um quantidade imensa de microplásticos, partículas que ao longo do tempo podem causar sérios problemas à saúde.
Tais partículas são geradas pela fragmentação de materiais como garrafas PET, copos descartáveis ou sacolas, ou já fabricados em tamanhos pequenos, como microesferas e glitter. Eles conseguem atravessar barreiras de defesa do organismo e se alojar em tecidos vitais.
“Beber água engarrafada pode expor o corpo humano a níveis perigosos de microplásticos capazes de atravessar barreiras de defesa e se alojar em órgãos vitais, aumentando potencialmente o risco de doenças graves”, explicou a especialista em gestão ambiental da Universidade de Concórdia no Canadá, Sara Sajedi, ao “Journal of Hazardous Materials”.
A pesquisa, liderada pela própria Sajedi, identificou que consumir água em garrafas plásticas está ligado a uma maior exposição a ingestão dessas partículas do que ingerir água da torneira.
O estudo foi feito por meio da revisão de 141 artigos científicos que tratam do tema.
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Impactos no corpo humano
De acordo com pesquisadores, as partículas são tão pequenas que são capazes de passar por barreiras celulares e alcançar alguns órgãos vitais, como fígado, rins e cérebro.
Depois de adentrarem o organismo, essas partículas podem causar:
- Inflamação crônica;
- Estresse oxidativo;
- Desequilíbrios hormonais;
- Infertilidade;
- Danos neurológicos
De acordo com Sajedi, os efeitos não são imediatos, porém são crônicos. As partículas se acumulam no corpo aumentando a carga-tóxica do organismo, aumentando a intensidade dos sintomas.
Somando aos danos diretos, estudos indicam que tais partículas podem alterar a microbiota intestinal, conjunto de microrganismos essenciais para a digestão e imunidade.
Mudanças pequenas, grandes resultados
As garrafas plásticas não são o único meio para os microplásticos chegarem ao corpo humano, eles também viajam pelo ar e em outros alimentos, resultado da degradação contínua dos produtos feitos de plástico.
O caso das garrafas é mais grave por conta do processo de fabricação, armazenamento e transporte, que libera as partículas diretamente no líquido.
"Beber água de garrafas plásticas é aceitável em situações de emergência, mas não deve ser um hábito diário. A educação é a ação mais importante que podemos tomar", afirmou Sajedi, chamando o problema de uma "questão urgente" de saúde pública, em entrevista ao Daily Mail.
Uma das medidas mais urgentes é a de reduzir o uso de embalagens plásticas descartáveis, utilizando em seu lugar outras mais resistentes e de vida útil maior.
Tais mudanças de hábito ajudam com que o fluxo desses resíduos no ecossistema diminua.
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