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01/03/2024 às 18:24 • Atualizada em 01/03/2024 às 18:36 - há XX semanas | Autor: Leilane Teixeira

SAIBA COMO PREVENIR

Março Azul: Bahia tem alto índice de morte por câncer de intestino

Março é um mês de alusão ao combate a doença

Imagem ilustrativa da imagem Março Azul: Bahia tem alto índice de morte por câncer de intestino
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Muito se fala sobre o Novembro Azul, mês de prevenção ao câncer de próstata. Mas o que muita gente pode ainda não saber, é que o mês de março também carrega a cor azul em alusão ao combate do câncer colorretal, popularmente conhecido como câncer de intestino.

Entre 2011 e 2021, o estado liderou o ranking geral de óbitos por esse tipo de câncer no Nordeste, com 6.599 registros, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Já em 2023, a estimativa no estado foi de 1.940 casos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Em entrevista ao Portal A TARDE, a médica coloproctologista Jéssica Fraga explica que devido a doença se tornar uma das principais causas de morte por câncer no Brasil, foi criada a campanha "Março Azul", para difundir informações sobre a prevenção do câncer colorretal e também facilitar o acesso a esses métodos diagnósticos.

"A campanha Março Azul é um ação da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, a de Coloproctologia e a Federação Brasileira de Gastroenterologia de combate ao câncer colorretal. a tumores que se desenvolvem no intestino grosso e reto. Grande parte desse tumores se desenvolvem a partir de pequenas lesões conhecidas como pólipos. Esses pólipos ao longo dos anos podem sofrer transformação em lesões malignas que levam a consequente formação do câncer colorretal. Nesse período de campanha, são realizados mutirões de colonoscopia em vários estados justamente para identificar a doença", diz a médica.

Confira a entrevista completa ao Portal A TARDE e saiba quais são os sintomas, como identificar e como é feito o tratamento do câncer colorretal.

1 - Quais o sintomas?

O câncer colorretal nos estágios iniciais, praticamente não vai causar nenhum sintoma, por isso, infelizmente ainda hoje a maioria do casos são diagnosticados em fases avançadas quando os pacientes começam a apresentar sintomas. Essa é uma realidade que estamos tentando mudar com a campanha de prevenção.

Existem alguns sinais de alarme para esse câncer, pessoas que apresentam com esses sintomas devem procurar acompanhamento com especialista para fazer uma investigação:

- presença de sangue nas fezes;

- Alteração de ritmo intestinal;

- Dor abdominal principalmente aquelas presentes há muito tempo;

- Alteração na forma das fezes, principalmente aquelas fezes que estão saindo muito finas, achatadas;

- presença de anemia, fraqueza;

- Perda de peso acentuada espontânea;

- e presença de alguma massa/tumoração abdominal;

Qualquer um desses sintomas deve ser prontamente avaliado por um médico. Mas aqui realmente, não dá para esperar o surgimento de sintomas, a rotina de prevenção é fundamental.

2 -Tem alguma idade mais propícia a desenvolver o câncer no intestino?

A partir dos 50 anos nós já apresentamos maior risco de desenvolver o câncer colorretal. Entretanto, vários estudos científicos e na nossa prática também, já evidenciamos o surgimento dessa doença em faixas etárias inferiores a 50 anos.

Além disso, se você apresentar algum parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer colorretal antes dos 50 anos, você tem o risco de desenvolver esse câncer mais precocemente e deve começar o rastreamento mais cedo também.

3 - Esse é um dos tipos de câncer com maior risco de morte?

Sim, atualmente é o segundo câncer mais incidente no Brasil, segundo dados do INCA, perdendo para câncer de próstata nos homens e mama nas mulheres.

Cerca de 85% dos casos ainda são diagnosticados em fases avançadas e isso aumenta muito o risco de óbito por esse câncer.

E as previsões são ainda mais assustadoras, estudos realizados pelo INCA a probabilidade de óbito por esse câncer de intestino entre pessoas de 30-69 anos pode evoluir com aumento de 10% até 2030.

4 - Quais os fatores de risco e o que leva e a desenvolver a doença?

Os principais fatores de risco estão associados principalmente ao comportamento e estilo de vida. Podemos destacar entre eles: sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e cigarro, baixo consumo de fibras (encontradas em frutas, cereais, vegetais), ingesta de alimentos embutidos/ultraprocessados e consumo em excesso de carne vermelha.

Além disso, algumas doenças como as doenças inflamatórias intestinais (cronh e retocolite ulcerativa), condições genéticas e hereditárias também são grandes fatores de risco para esse câncer.

5 - Como é feito do diagnóstico?

O diagnóstico é realizado pelo exame de colonoscopia endoscópica principalmente, no qual é realizada a inserção de um aparelho com uma câmera e são visualizadas as paredes intestinais. Se identificada alguma lesão durante o exame, ela é retirada ou biopsiada e enviada para análise histolopatologica e aí podemos ter o diagnóstico.

É importante ressaltar que o exame de sangue oculto nas fezes não fecha diagnóstico de câncer de intestino. Quando temos um resultado de pesquisa de sangue oculto positiva é mais um alerta para seguirmos a investigação com colonoscopia endoscópica. Muitos pacientes ficam preocupados com relação a esse exame mas realmente não é necessariamente um diagnóstico de câncer.

6 - Como é o tratamento? Quais fatores contribuem para conseguir obter a cura?

O tratamento vai depender de vários fatores, por isso frente a um diagnóstico de câncer de intestino são realizados outros exames para avaliar qual a extensão dessa lesão e aqui destaco tomografias de abdome, tomografias de tórax e em tumores localizados no reto, ressonância magnética. Mas isso também dependerá de cada paciente.

Identificado a extensão e características dos tumores seguimos com as possibilidades de tratamento, cirurgia que podem ser realizadas por videolaparoscopia, robótica ou de forma laparotômica convencional.

7 - Diferença de tratamento entre tumores de cólon e de reto.

Nos tumores de reto, a depender da localização, se forem por exemplo, mais próximos à borda do ânus são realizados radioterapia e quimioterapia na tentativa de redução de tumor e preservação do órgão.

Em cirurgias do cólon, normalmente é ressecado o segmento que se encontra o tumor, com uma margem de segurança. A peça retirada durante a cirurgia é analisada e só com o resultado do estudo anatomopatológico podemos definir se será necessário algum tratamento extra como quimioterapia.

Outro mito que é importante destacar é que, nem toda cirurgia para tratamento de câncer intestinal vai precisar da colocação de bolsa de colostomia ou ileostomia. Essa decisão depende de vários fatores, relacionados ao paciente e também à localização da doença.

Quando identificamos o câncer colorretal em estágios precoces a chance de cura é maior que 90%. Isso é muito alto e com certeza não podemos ver esse aumento de incidência e taxa de mortalidade de um câncer que é passível de prevenção primária, através de mudanças de estilo de vida e secundária com o rastreamento.

Médica coloproctologista Jéssica Fraga
Médica coloproctologista Jéssica Fraga | Foto: Arquivo pessoal

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