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SAÚDE

Mounjaro é vendido de modo irregular para fim incorreto de emagrecimento

Especialistas chamam atenção para riscos que uso inadequado pode acarretar na condição de saúde do usuário

Por Madson Souza

13/05/2025 - 6:00 h | Atualizada em 13/05/2025 - 6:17
Mounjaro é comercializado de forma irregular
Mounjaro é comercializado de forma irregular -

Mesmo antes do início oficial das vendas, versões do Mounjaro já vêm sendo comercializadas de forma irregular. O medicamento para diabetes tipo 2 é mais uma das alternativas que ganhou popularidade por seu uso incorreto, com fins de emagrecimento.

E sua venda nas farmácias, mediante receita médica que fica retida, não deve resolver os riscos envolvidos na clandestinidade e no uso inadequado. Ainda assim, a chegada do fármaco é vista de forma positiva pelo secretário geral do Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA), Francisco Pacheco

“O tema está tão em evidência que diante da dificuldade de acesso até quem nunca pensou na questão da legalidade, pode ter pensado no uso irregular. Então a legalidade vai permitir que as pessoas que queiram usar o medicamento de forma correta tenham acesso. (...) Não é quem estava clandestino migrando para a regularidade. Quem faz a prática clandestina vai continuar”, comenta.

Altera o metabolismo

A empresária do ramo estético Dalila Ribeiro, 34, fez tratamento com o medicamento de janeiro a março para emagrecer e relata ter perdido 13kg.

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“Durante o tratamento da fibromialgia engordei 10kg em seis meses e depois fiquei com dificuldade de emagrecer. Fiz dieta, atividade física e nada deu certo. Ficava muito mal com os comentários que ouvia, ainda mais por trabalhar no ramo da estética. Até que um cliente me apresentou o tratamento com Mounjaro para emagrecer e deu certo”, conta.

Mesmo com o relato de Dalila, Pacheco explica que o medicamento não é adequado para tal fim. No caso do Mounjaro, que é um remédio que altera o metabolismo da pessoa, uma das consequências é que assim que se pare de tomar o medicamento o metabolismo de seu usuário volte para seu estado anterior.

O medicado ainda corre o risco de sofrer um efeito rebote, ou seja, o organismo, para compensar o estresse metabólico a que foi submetido com o uso do medicamento, pode engordar mais do que antes.

Outros riscos para o uso inadequado do Mounjaro incluem a sobrecarga da função renal, hepática e cardíaca, por isso é um medicamento que requer acompanhamento médico e de equipe multidisciplinar. Se a pessoa já possui alguma limitação ou deficiência em algum desses órgãos a consequência pode ser ainda pior.

Há também o perigo de outros efeitos colaterais graves com o uso incorreto da medicação, como náuseas, desnutrição e pancreatite aguda, de acordo com a médica endocrinologista e membro da comissão de diversidade, equidade e inclusão da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Andreza Berlink

“Esse medicamento só pode ser utilizado sob condições específicas e é indicado para situações de utilização de um tempo mais curto e determinado para efeitos em situações em que há necessidade de um emagrecimento mais rápido, como algum procedimento médico”, completa Francisco Pacheco.

Com receita médica

O remédio neste momento pode ser reservado em farmácias presentes na Bahia por R$1.406,75 na apresentação de 2,5mg e R$1.759,64 na de 5mg. Para combater o uso inadequado, o Mounjaro é vendido apenas com receita médica, conforme norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, quando estiver nas farmácias, a receita para compra do medicamento deve ficar retida.

“A retenção da receita é uma vitória do ponto de vista de coibir o uso desenfreado dessas medicações. Pode reduzir muito o uso indiscriminado da medicação em pacientes sem indicação do uso, que usam para fins estéticos”, comenta a médica endocrinologista. Contudo, ela reforça que é preciso uma maior conscientização das propoostas de uso. “Não é uma caneta emagrecedora, é um medicamento para tratamento contínuo ou crônico de diabetes e obesidade”, afirma.

Além do perigo do uso inadequado do fármaco, há também o risco de falsificações quando adquirido na clandestinadade. “Ninguém sabe o que tem ali. E você vai injetar em você uma substância que pode ser até um veneno? Ninguém sabe o que está ali dentro”, diz Pacheco. A falta de conhecimento do ativo presente ou se a medicação foi armazenada de forma correta são apenas exemplos do perigo da compra clandestina do Mounjaro.

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