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06/11/2024 às 11:25 • Atualizada em 07/11/2024 às 12:47 | Autor: Azure Araújo*

RARO

TNE: câncer raro que pode causar dores abdominais, náuseas e diarreia; conheça

A doença representa 7 casos a cada 100 mil habitantes no mundo. Já no intestino delgado e apêndice pode apresentar cerca de 30% dos tumores malignos

Evento "Vivendo com TNEs", organizado pela Ipsen aconteceu nesta terça-feira, 5, em São Paulo
Evento "Vivendo com TNEs", organizado pela Ipsen aconteceu nesta terça-feira, 5, em São Paulo -

Dor abdominal, náuseas, sudorese excessiva, perda de apetite, diarreia e até diabetes podem ser sintomas de Tumores Neuroendócrinos (TNEs), um tipo de câncer raro que pode acometer diferentes células endócrinas como as do estômago, pâncreas, intestino, pulmão, pele, colo do útero ou bexiga, por exemplo.

O evento "Vivendo com TNEs", organizado pela biofarmacêutica Ipsen, focada em inovação nas áreas de oncologia, aconteceu nesta terça-feira, 5, em São Paulo e levou médicas oncologistas para elucidar a jornada do paciente de TNE, além de divulgar a campanha de conscientização que acontece todo dia 10 de novembro em todo o Brasil.

Em média, a descoberta do diagnóstico pode durar cerca de 7 anos e no sistema público do Sistema Único de Saúde (SUS) até 10 anos, o que faz com que, quando descoberto, na maioria das vezes o câncer já se encontre na fase de metástase. Se diagnosticado cedo ou mesmo com o tumor, pode ter a cura. De qualquer maneira, com o tratamento, o paciente pode ter uma boa qualidade de vida.

“São pessoas que podem voltar a ficar economicamente ativas”, complementou Luciana Holtz, fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, sobre o acesso ao tratamento que usa de medicamentos aprovados na saúde suplementar no Brasil e no mundo há 30 anos, mas que não tem no SUS.

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“No SUS tem poucas opções de tratamento, cobre a quimioterapia que não funciona na maioria dos casos, e existem muitos tratamentos para TNE no mundo e no Brasil, mas que não tem no SUS. No caso da TNE existem injeções mensais, uma hormonioterapia e melhoram os sintomas como no caso de pacientes que sofrem com diarreia crônica, por exemplo”, explicou Rachel Riechelmann, diretora do departamento de Oncologia Clínica.

A jornada do paciente de TNE além de ser longa, afeta também a vida das pessoas ao redor. "Tem familiar que para de trabalhar e isso afeta na vida financeira”, comenta Luciana sobre o impacto do diagnóstico do câncer e a necessidade também da equipe médica oferecer um apoio emocional para os familiares.

A psico-oncologia ainda destacou a existência do "0800" do Instituto Oncoguia que atende tanto pacientes de planos de saúde privados que enfrentam problemas de negativa de algum serviço que está no rol, até pacientes do SUS que estão há muito tempo na fila. De modo geral, o canal funciona como meio de acesso ao conhecimento de direitos de pacientes oncológicos.

“O paciente pode ter uma vida completamente normal, trabalhando, viajando, indo à praia e tomando um vinho durante muito tempo”, comentou Rachel Riechelmann, também líder do Centro de Referência de Tumores Neuroendócrinos no A.C.Camargo Câncer Center, sobre pacientes que ela acompanha há cerca de 19 anos.

Atualmente o TNE atinge mundialmente, em torno de 7 casos da doença a cada 100 mil habitantes
Atualmente o TNE atinge mundialmente, em torno de 7 casos da doença a cada 100 mil habitantes | Foto: João Vitor Rodrigues

A oncologista, ainda reforça a importância do paciente que apresenta os sintomas frequentes procurar um acompanhamento clínico e não apenas o emergencial, “o fato do paciente ir sempre no pronto-socorro cada vez é um médico diferente ele não sabe o que aconteceu antes”, disse a médica sobre a importância de voltar no mesmo médico como garantia de acesso ao histórico do paciente.

É o caso de Ângela Gualberto, paciente de TNE que relatou ir apenas no pronto-socorro frequentemente, o que demorou para conseguir o diagnóstico correto. "Eu fiquei aproximadamente cinco anos indo, reclamando de dores abdominais, diarréia e enjoo. Eram dores muito fortes e intensas", desabafou.

Atualmente o TNE atinge mundialmente, em torno de 7 casos da doença a cada 100 mil habitantes, apesar de parecer baixo, em alguns órgãos do corpo, como no intestino delgado e apêndice, pode apresentar cerca de 30% dos tumores malignos.

No geral, o acompanhamento de TNE ocorre por cerca de 10 anos, mesmo em casos de cirurgia de remoção de tumor, pois alguns tumores ainda podem voltar além de 5 anos, de acordo com Rachel Riechelmann.

Alguns profissionais como o gastroenterologista, endocrinologista, proctologista e urologistas, por exemplo, podem chegar ao diagnóstico de TNE, mas especialistas de outras áreas também podem chegar ao diagnóstico. Já para o acompanhamento e tratamento de TNE, as médicas reforçam a importância de uma equipe interdisciplinar.

* Repórter viajou a convite da farmacêutica Ipsen.

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