FILAS NA SAÚDE
Virose do Carnaval: "Macetando" nocauteia foliões
Situação não se limita apenas àqueles que mergulharam na folia
Por Ian Peterson *
Mesmo sem números oficiais divulgados até o momento, a presença marcante de pessoas nas filas das unidades de saúde, debilitadas por uma virose pós-Carnaval, chamada carinhosamente de “macetando”, é incontestável. A situação não se limita apenas àqueles que mergulharam na folia; muitos que optaram por não participar dos festejos também encontraram-se em busca de atendimento médico nos últimos dias, apresentando sintomas típicos da condição.
Entre os afetados está o jovem Thiago Sousa (nome fictício), um estudante de 15 anos, que há dois dias tem procurado assistência médica nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), apresentando febre, dor de cabeça, vômitos, dor abdominal e garganta inflamada. “Os sintomas começaram a se manifestar logo após o término do Carnaval”, relata. Diante do alto volume de pacientes na unidade de Brotas, onde reside, Thiago viu-se obrigado a buscar atendimento na UPA do Marback, onde finalmente conseguiu ser atendido.
O infectologista Claudilson Bastos comenta que é típico que as viroses se manifestem de forma intermitente durante e após o Carnaval, alternando a intensidade dos sintomas. Ele também esclarece que os sintomas podem ser desencadeados por uma variedade de vírus, incluindo Covid-19, Influenza e o vírus sincicial respiratório. “Existem diversos agentes virais que podem estar por trás dos sintomas observados. Felizmente, aqueles que estão vacinados contra essas doenças possuem uma menor probabilidade de desenvolver formas graves da doença”, enfatiza o especialista.
Dr. Bastos ainda destaca a importância de considerar o papel das aglomerações e do tempo de exposição na propagação dos vírus. “Quanto maior o número de pessoas e mais prolongado o tempo de interação, maiores são as chances de circulação de vírus e ocorrência de mutações virais. Isso, por sua vez, amplia significativamente o alcance e o impacto dessas infecções”, explica. Ele também aponta a redução nas taxas de vacinação como um fator crítico para o aumento no número de casos.
Thiago e sua família contaram que na primeira UPA estavam longe de serem os únicos na fila com os sintomas. “Chegamos de manhã e saímos às 21h sem o atendimento de tanta gente que tinha. E muitos com os sintomas da virose”. No Marback a situação era parecida; muitas pessoas estavam com tosse.
Manter o quadro vacinal em dia é essencial para evitar os sintomas e a prolongação das viroses, uma medida preventiva especialmente importante após períodos de intensas aglomerações, como o Carnaval. Para aqueles que já manifestam sintomas, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde próxima. O acesso a um diagnóstico correto e a um tratamento adequado pode mitigar a severidade da doença e acelerar o processo de recuperação, além de contribuir para a redução da transmissão do vírus para outras pessoas.
Mesmo diante das longas filas observadas nas unidades de saúde por toda a cidade, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda não divulgou dados específicos sobre a quantidade de pessoas que procuraram assistência médica apresentando sintomas de virose.
*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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