SAÚDE
Você sabe usar o fio dental do jeito certo? 4 erros e como evitá-los
De acordo com levantamento do IBGE, o fio dental ainda é um hábito negligenciado

Por Isabela Cardoso

Apesar de ser uma ferramenta essencial para a saúde bucal, o fio dental não é utilizado de forma correta pela maioria da população no país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que apenas 63% dos brasileiros combinam escova, pasta e fio dental como parte da higiene diária.
Além disso, menos de 20% da população usa o fio diariamente, o que acende um sinal de alerta entre especialistas em saúde bucal.
O cenário é ainda mais preocupante quando se observa o estudo SB Brasil 2023, que mostra que apenas 5,2% dos adultos entre 35 e 44 anos estão livres de cáries. Ou seja, 94,8% desse grupo apresenta algum tipo de lesão causada pela falta de higiene adequada entre os dentes. Pequenos descuidos na técnica podem resultar em gengivite, mau hálito e até perda óssea.
Segundo o dentista Paulo Augusto Yanase, da rede Oral Sin, a falha está nos detalhes. “Mesmo sendo uma ferramenta básica, o fio dental costuma ser subutilizado ou usado de forma incorreta. O problema está nos pequenos gestos: quem faz o movimento errado, não alcança o espaço interdental ou usa de forma irregular acaba perdendo o benefício completo”, explica.
Quatro falhas frequentes no uso do fio dental e como evitá-las
1. Passar o fio de forma rápida, sem abraçar o dente
Muitas pessoas apenas inserem o fio entre os dentes e retiram rapidamente, mas para garantir a limpeza eficaz, é necessário deslizar o fio em formato de “C” ao redor de cada dente. Assim, é possível remover a placa bacteriana e alcançar a área próxima à gengiva.
2. Usar o fio esporadicamente
O fio dental não deve ser um recurso ocasional. “Se o fio só aparece de vez em quando, ele deixa de cumprir o papel de remover o biofilme onde a escova não alcança. Esse acúmulo de bactérias é o que causa gengivite e mau hálito”, alerta Yanase.
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3. Fazer movimentos superficiais, evitando a gengiva
Evitar o contato com a margem gengival é um erro comum. O especialista reforça a necessidade de incluir essa região na rotina. “É nessa região que o biofilme se acumula e, se não for removido, pode evoluir para inflamações mais sérias. O ideal é contornar delicadamente a gengiva, sem forçar”, explica o dentista.
4. Usar o fio apenas “quando der tempo”
A falta de prioridade no uso do fio compromete toda a higiene bucal. Yanase recomenda: “O ideal é usar o fio diariamente, preferencialmente à noite, após a escovação. Esse é o momento em que removemos o que ficou acumulado durante o dia”.
Fio dental: um hábito pequeno com impacto gigante
A chave para incluir o fio dental na rotina é incorporá-lo como parte natural do dia a dia. Para o dentista Paulo Augusto Yanase, trata-se de um hábito que vai além da estética. “Quando usamos corretamente o fio dental, estamos removendo o biofilme onde a escova não alcança e isso faz toda a diferença para evitarmos doenças bucais silenciosas, que muitas vezes só aparecem quando já há dor ou perda de estrutura dentária”, destaca.
Ele reforça o impacto dessa prática para a saúde geral do corpo: “Fazer do fio dental um hábito diário não é um luxo — é parte essencial de um cuidado que respeita o sorriso e o bem-estar integral”, reforça.
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