NOVAS DEMANDAS
Regulamentação da IA ainda é desafio para startups brasileiras
Apesar disso, o otimismo é proporcional à preocupação com o uso responsável da GenAI
Uma das temáticas mais debatidas nos últimos anos, a Inteligência Artificial (IA) já faz parte também do foco de startups - modelo de empresas com soluções inovadoras com impacto social. Umas das principais vertentes dessa tecnologia é a IA generativa, uma categoria que pode criar novos textos, imagens, vídeos, áudios ou códigos.
Apesar de ter um importante papel na sociedade, impactar e se desenvolver através da IA Generativa ainda é um grande desafio para startups do Brasil, isso porque segundo o relatório do Google for Startups, lançado nesta terça-feira, 23, durante coletiva de imprensa em São Paulo, ainda há problemas de acesso à educação tecnológica, escassez de profissionais qualificados, falta de capital para inovação disruptiva e entre outros pontos.
Essas demandas, obtidas pelo estudo intitulado "Startups & Inteligência Artificial Generativa: Destravando o seu potencial no Brasil", a partir de entrevistas aprofundadas com fundadores de startups e especialistas na área, e amostra quantitativa, faz com que a maioria das startups de IA no Brasil (63%) ainda não possuam uma estratégia de curto e longo prazo para o desenvolvimento e o uso da IA generativa (GenAI).
"Nossa pesquisa revelou o potencial da inteligência artificial generativa para impulsionar diversos setores de negócios, abrindo um vasto campo de oportunidades ainda inexploradas. Esta iniciativa, visa munir o ecossistema com informações estratégicas e dados concretos, capacitando líderes e investidores a tomar decisões mais assertivas", destaca André Barrence, diretor do Google for Startups para a América Latina.
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Cenário
Atualmente no Brasil, o mercado de startups ligadas à IA Generativa apresenta muita homogeneidade, com 90% dos representantes sendo heterossexuais, 78% brancos e 81% homem cis. Maioria estão concentradas em São Paulo (60%).
Apesar do potencial de crescimento no mercado, as startups ainda estão em estágios iniciais dos seus desenvolvimentos. Isso é um grande desafio para ganhar escala. Ao menos 38% nunca passou por nenhuma rodada de investimento, 29% ainda estão em fase de pré-seed e 13% estão em fase de seed.
Regulamentação
Frente às demandas apontadas pelos fundadores das startups de IA Generativa, o relatório apontou que a questão regulatória ainda é um grande entrave para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil. A maior parte deles (83%) acreditam que precisa haver algum tipo de regulamentação para a GenAI - desse total, 16% concordam que deva ser regulado por uma entidade privada ligada às empresas do setor, 24% que deva ser pelo governo por meo de projeto de lei e 27% topam que seja feita por meio de uma agência reguladora independente.
Essa escassez interfere no cenário de “confusão”, já que 22% das startups afirmaram que ainda não é possível quantificar e mensurar o resultados do uso de GenAI e 63% das startups não tem uma estratégia centralizada de curto e longo prazo para desenvolver o uso da GenAI na empresa e no produto/serviço. Segundo o relatório, esse cenário pode ser explicado a partir da novidade da GenAI. “As empresas não conseguem encontrar ou ter certeza de quais métricas alavancam os negócios, tornando difícil justificar a adoção massiva”
Apesar disso, o otimismo é proporcional à preocupação com o uso responsável da GenAI. Segurança e empregabilidade de dados ainda são grande preocupação entre os brasileiros.Dos entrevistados, 41% esperam uma conscientização do mercado e a sociedade sobre como usar a tecnologia.
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