TECNOLOGIA
YouTube vai permitir retorno de canais banidos por fake news
Projeto-piloto dá chance de reintegração a criadores punidos por políticas antigas

Por Isabela Cardoso

O YouTube anunciou nesta terça-feira, 23, que criadores de conteúdo banidos por desinformação eleitoral ou relacionada à Covid-19 poderão pedir reintegração à plataforma. Até então, o bloqueio era permanente.
De acordo com a Alphabet, controladora do Google e do YouTube, o programa será lançado em breve e, inicialmente, terá alcance restrito. A mudança atinge apenas contas suspensas por políticas de moderação que já não estão mais em vigor na plataforma.
Segundo Daniel Donovan, advogado da big tech, “hoje, as Diretrizes da Comunidade do YouTube permitem uma gama mais ampla de conteúdo sobre a Covid e a integridade das eleições”.
Pressão política motiva decisão
A flexibilização surge em meio a pressões de republicanos contra as políticas de moderação de conteúdo adotadas durante o governo Joe Biden. Segundo a CNBC, parlamentares vinham cobrando que empresas como o YouTube revissem medidas consideradas excessivas contra desinformação política e de vacinas.
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Em março, o deputado Jim Jordan intimou Sundar Pichai, CEO da Alphabet, acusando a empresa de ser “participante direto do regime de censura do governo federal”. Donovan afirmou ainda que, durante a pandemia, houve pressão da Casa Branca para retirar vídeos que não necessariamente violavam regras da plataforma, algo que classificou como “inaceitável e errado”.
Quem pode voltar?
Nomes associados ao ex-presidente Donald Trump estão entre os que podem se beneficiar do novo programa, como Dan Bongino, Steve Bannon e Robert F. Kennedy Jr., todos banidos por violar diretrizes sobre Covid-19 e eleições. Ainda assim, não há garantia de que os pedidos de reintegração sejam aprovados.
Novas formas de monetização
O anúncio coincidiu com o evento Made On YouTube, que celebra os 20 anos da plataforma e apresentou novidades para criadores de conteúdo.
Entre elas está a possibilidade de inserir links diretos para produtos em vídeos e Shorts, facilitando o acesso a itens recomendados. Outra inovação é a troca dinâmica de anúncios em vídeos longos: um patrocínio antigo poderá ser substituído por uma nova marca, o que abre espaço para contratos mais duradouros.
Os testes dessa ferramenta começam em 2025, com lançamento global previsto para 2026.
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