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Desafios na popularidade de Lula

Confira o artigo de Cláudio André de Souza

Por Cláudio André de Souza*

17/02/2025 - 9:00 h | Atualizada em 18/02/2025 - 9:08
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva -

Em Brasília, a maioria dos políticos admite que o governo atual do Presidente Lula (PT) tem pontos positivos, sendo que precisou lidar desde a transição com a realidade dura de desmonte da burocracia estatal promovida pelo seu antecessor, além de iniciar um novo mandato na defensiva diante da tentativa de um golpe de estado dada pelo bolsonarismo, que levou o governo ainda mais para a defensiva e prezando pela manutenção da governabilidade.

Em que pese as dificuldades, o governo caminhou entre 2023 e 2024 em torno de um rearranjo burocrático interno que nem sempre é percebido pelos eleitores. Este tipo de “refundação institucional” de políticas públicas tem seu valor, mas é uma forma endógena de construção da política quando está em jogo a disputa pelo voto.

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A questão em debate nesse momento é exatamente a erosão da percepção positiva do lulismo 3.0 no seu conjunto e não somente em partes, ou seja, quando se mobiliza setores específicos da sociedade civil entrincheirados nas disputas polarizadas entre um tipo de voto econômico e o voto ideológico imbricado em valores culturais que não leva necessariamente a se basear em um comportamento eleitoral somente de olho na economia.

A pesquisa Datafolha da semana passada (14) detecta exatamente uma virada na percepção mesmo entre os eleitores lulistas: somente 24% da população avaliou positivamente o governo Lula, diminuindo 11 pontos percentuais em dois meses. Entre o público evangélico, a aprovação do presidente foi de 26% em dezembro, caindo para 21% em fevereiro. Entre os católicos a avaliação negativa foi de 36%. A avaliação positiva, que era de 42% em dezembro de 2024, agora é de 28% - uma queda abrupta de 14 pontos percentuais. Entre os eleitores do Nordeste, o presidente vê desabar a sua provação em 16 pontos percentuais e chegar aos 33%, sendo que no estrato de renda, o presidente perdeu popularidade em todos os grupos, mas preocupa mais na população que recebe até dois salários mínimos.

O que fazer? Diante de uma popularidade próxima ao registrado durante o governo do ex-presidente FHC, a crise de popularidade do governo não se restringe á comunicação, mas passa por uma virada em políticas estruturais que afetem positivamente a vida das pessoas. Mais do que uma reforma ministerial para selar o peso dos partidos em busca da governabilidade, o Planalto precisa planejar estrategicamente o que vai fazer nas ações de grande impacto nos próximos seis meses e de que forma vai melhorar o ambiente de confiança geral do eleitorado e reconhecer que mesmo entre os eleitores lulistas o governo está perdendo a batalha em torno de uma agenda política que precisa ser refeita, reconhecendo mudanças profundas no perfil dos trabalhadores e da classe média brasileira.

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].

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Tags:

desafios do brasil Golpe de Estado governo federal Lula lula x bolsonaro presidente lula

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