
Por Cássio Moreira
O ano de 2025 se encerra com altos e baixos na política brasileira. Às vésperas de mais uma eleição presidencial, o país assistiu a alta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após os inúmeros deslizes cometidos por ele em 2024. Do outro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conheceu o amargo sabor das consequências dos seus atos ao ser condenado pela fracassada tentativa de golpe de Estado.
Lula fecha o ano em 'céu de brigadeiro', como diz o ditado. Depois de um início conturbado para o Palácio do Planalto, como o episódio da 'taxação do Pix', narrativa da oposição que colou rapidamente e fez o governo recuar, ainda que a equipe econômica tivesse com razão, o petista viveu bons momentos e conseguiu avançar em importantes pautas.
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A aprovação da mudança da isenção do Imposto de Renda, proposta de campanha do presidente, ajudou a levantar a popularidade do governo perante a população, e fortaleceu o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Apesar das conquistas, Lula também enfrentou problemas, principalmente na relação com o Congresso Nacional, hoje dividido. Pedra no sapato dos presidentes da República desde o governo Dilma (PT), a Câmara dos Deputados voltou a protagonizar embates com o Planalto.
Nesse processo de embates e relação complexa, se destacou, positivamente e negativamente, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos). Ele, cria da política paraibana, derrubou o favoritismo inicial dos deputados baianos Antônio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil), chegou ao poder máximo da Câmara, citou Ulysses Guimarães, e seguiu um caminho oposto ao do 'pai da Constituição Federal'.
Motta, ao tentar se mostrar um presidente isento e independente, acabou promovendo uma política de 'toma lá, dá cá' com governo e oposição. Atuou, é verdade, na aprovação de pautas importantes para o país, mas também se mostrou vingativo ao colocar na mesa, sem qualquer consulta, apenas como demonstração do seu frágil poder, o PL da Dosimetria.
Outro ponto a se destacar na política brasileira em 2025 é a reconstrução da relação entre Brasil e Estados Unidos. O movimento do deputado federal, agora cassado, Eduardo Bolsonaro (PL), de se 'autoexilar' na Terra do Tio Sam, logo no início do ano, mexeu no tabuleiro político nacional.
Eduardo conseguiu até, é verdade, atuar para prejudicar a economia do país, na tentativa de salvar a pele de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A aplicação do 'tarifaço' por parte do presidente Donald Trump é um claro exemplo disso, assim como as sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando o presidente Lula entrou em ação, no entanto, tudo caiu por terra para Eduardo. As negociações entre Brasil e Estados Unidos, iniciadas durante uma agenda entre os dois chefes de Estado na Malásia, culminaram na derrubada das tarifas e no fim das sanções. O ex-deputado até tentou emplacar a narrativa de que tudo era um cálculo de Trump para tirar seu pai da cadeia, mas sem sucesso.
A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, por sinal, é o grande ponto alto da política brasileira em 2025. Descoberto o seu plano de derrubar o Estado Democrático de Direito, o militar viveu o pior ano da sua vida.

Bolsonaro foi preso no meio de 2025, mas em regime domiciliar. A tornozeleira eletrônica foi sua companheira fiel, junto com a aflição de uma condenação por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente até tentou, mas não conseguiu escapar da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), sendo condenado a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes cometidos.
Condenado, Bolsonaro foi além e dobrou a aposta. Em uma noite qualquer de uma sexta-feira, o político tentou, em um ato de desespero, romper sua tornozeleira. A tentativa fracassada ajudou apenas a acelerar sua prisão. Agora em cárcere, ele tenta sobreviver politicamente.
O escolhido para representar seu capital político, contrariando todas as expectativas, foi o seu filho Flávio Bolsonaro (PL), que já colocou o bloco na rua e fala como pré-candidato ao Planalto.
Enquanto Bolsonaro tenta sobreviver politicamente, fazendo de seu herdeiro um 'poste' de ideias, Lula se cacifa para tentar, sem dificuldades, seu quarto mandato. Se 2025 foi marcado por tantas viradas, 2026 inicia como um dos anos mais importantes para política brasileira pós-redemocratização.
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