AUTOS
Baiano só quer SUV: por que este tipo de carro é a paixão da Bahia
Utilitários lideram vendas no estado
Por Gabriel Moura
Nivus, T-Cross, Taos e Tiguan. O quase monopólio de SUVs na gama de veículos ofertados pela Volkswagem do Brasil contrasta com a década passada, quando os hatchs Gol, Fox, Golf e Polo, único remanescente, protagonizavam a marca alemã. Até a Fiat, que outrora ofertou apenas o esquecível Freemont, agora tem Pulse e Fastback como destaques em seu cardápio. A mudança de foco das montadoras não evidencia apenas uma nova estratégia de mercado, mas também o desejo do consumidor: SUVs são a nova paixão do brasileiro.
E o amor do baiano, que, proporcionalmente, compra ainda mais. Dos 10 carros mais vendidos no estado, seis são do tipo. No top-5 a situação é ainda mais palpável com quatro modelos diferentes, cada um de uma montadora.
Em 2024, segundo a Fenabrave, Hyundai Creta lidera a lista, seguido por Toyota Corolla Cross, Volkswagem Polo, Nissan Kicks e Chevrolet Tracker. Destes, o último e único dos moicanos é o Polo.
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Do lado das montadoras a intenção da super oferta destes modelos é simples: são carros mais caros, que proporcionam mais lucro. E os consumidores?
"Existe um público feminino muito adepto ao SUV, porque a mulher está muito voltada também para a família, e estes carros oferecem mais espaço interno. Já os homens gostam do carro por ter características mais esportivas", explica Ana Renata Paes Barreto Navas, diretora da Cox Automotive do Brasil.
O que é um SUV
Altos, espaçosos e esportivos. Essas são as características gerais de um SUV. Mas a verdade é que existem normas definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para um carro ser classificado assim. Confira:
- Ângulo de ataque mínimo de 23°, com tolerância de -1°.
- Ângulo de saída mínimo de 20°, com tolerância de -1°.
- Ângulo de transposição de rampa mínimo de 10°, com tolerância de -1°.
- Altura mínima livre do solo entre os eixos de 200 mm, com tolerância de -20 mm.
- Altura livre do solo sob os eixos dianteiro e traseiro mínimo de 180 mm, com tolerância de -20 mm
Ou seja: os requisitos falam apenas sobre a altura do carro. Com isso, montadoras como a Renault perceberam a "falha do regularmento" e lançaram carros de entrada travestidos como utilitários. Caso clássico é o Kwid, já anunciado como o "SUV mais barato do Brasil".
"O que vem acontecendo muito nesse movimento de 'SUVsar' todos os veículos é que algumas montadoras simplesmente colocam o carro um pouco mais alto, ajustando suspensão ou tamanho de pneu, e transformam o que seria um Hatch num SUV para atrair público", esclarece Ana Renata.
Com isso surgiu a categoria dos SUV Compactos, simbolizada por Pulse, Nivus e Renault Kardian, onde o espaço interno não é muito diferente de um hatch comum.
Há salvação para hatchs e sedans?
A paixão por SUVs não é apenas algo brasileiro, mas mundial. Europeus e, principalmente, americanos possuem este carro como preferência quando entram numa concessionária. Mas os chineses podem mudar esta realidade.
Recém-chegada na Bahia e no Brasil, a BYD, por exemplo, tem como principais produtos o Dolphin e Dolphin Mini, que lideram as vendas da fabricante oriental no estado, à frente do "grandão" Song Plus, por exemplo.
Já também novata GWM vende mais o SUV Haval, mas o hatch Ora não fica muito atrás.
Já a situação dos sedãs é mais precária. O único a aparecer no top-20 baiano é o clássico Corolla. O próximo a aparecer no ranking é o Yaris Sedan, na vigésima sétima posição. A aposta para o renascimento, de novo, vem da China.
"Os chineses estão resgatando a paixão pelo sedã e também pelo hatch, com veículos mais tecnológicos e sofisticados. A BYD está trazendo o King para competir com o aclamado Corolla e resgatar essa vontade ou essa compra do brasileiro pelo sedã", encerra Ana Renata.
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