SARA FREITAS
Após 7 horas de audiência, acusados de matar Sara não foram ouvidos
Uma terceira sessão para ouvir os réus foi marcada para o dia 7 de maio
Por Leilane Teixeira
Após sete horas de duração, a segunda audiência de instrução do caso Sara Freitas terminou sem ouvir os quatro acusados de matar a pastora. Eles serão ouvidos no dia 7 de maio, segundo informou ao Portal A TARDE o advogado da família da vítima, Rogério Matos
A sessão iniciou às 9h desta terça-feira, 16, no no fórum criminal da cidade de Dias D´Ávila, região metropolitana de Salvador. Nela, foram ouvidas as testemunhas de defesa e acusação. A audiência encerrou por volta das 16h.
A expectativa era de que todos fossem ouvidos nesta terça e que o caso fosse levado para júri popular. No entanto, isso só poderá ser possível, após a terceira audiência, no dia 7 de maio.
"A audiência de hoje foi ouvida, as testemunhas de acusação que faltaram da outra audiência foi ouvida hoje, testemunhas de defesa e ficou marcado para o dia 7 do mês que vem para colher o interrogatório dos 4 réus. Sobre o Júri Popular, só vai ser decidido se o caso vai ou não no final da instrução. Ou seja, só depois dos interrogatórios dos réus para ir para as alegações finais", disse o advogado.
A filha de 11 anos do casal, Sara e Ederlan, também foi ouvida, no entanto, mais detalhes não foram passados.
Relembre o caso
O Portal A TARDE traz um resumo dos acontecimentos e o que sabe até hoje sobre o assassinato da cantora, em ordem cronológica. Confira:
Desaparecimento
A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento, dizendo que Sara tinha o costume de participar de vários eventos religiosos. Ele foi ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã do dia 26.
Corpo encontrado
O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde do dia 27, uma sexta-feira. O marido reconheceu os restos mortais da vítima.
Prisão de Ederlan
O marido da cantora foi preso no mesmo dia, 27, sob possíveis incoerências no discurso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa negou e alegou que ele era inocente.
Dois novos suspeitos presos: Gideão e Zadoque
Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como “Bispo Zadoque”, e Gideão Duarte de Lima foram presos a medida que as investigações avançavam. Gideão, apontado como um motorista da confiança dela, teria buscado a cantora gospel em casa para levá-la a um culto que não existia. Ele teria entregue ela a Zadoque e Ederlan.
Já Zadoque, que confessou o crime, teria atuado como receptor da vítima. Os dois foram presos entre a noite do dia 14 e a manhã do dia 15 de novembro.
Quarto acusado é preso: Victor Gabriel Oliveira
Uma semana depois, 21 de novembro, Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, se entregou à polícia após assumir participação no crime. Investigado pela 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D'Ávila), Victor Gabriel teve participação tanto no homicídio da artista quanto na ocultação de seu cadáver, conforme apontou a apuração do caso. Ele detalhou o crime, afirmando que teria segurado a vítima enquanto Zadoque a esfaqueava.
Na época, o pai de Victor, Fábio Oliveira, falou em primeira mão com o portal e disse que o filho iria "pagar" pelo crime.
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Conflito judicial: Justiça concede guarda da filha para família de Ederlan
Ao longo de toda investigação, havia um conflito sobre qual família ficaria a filha do casal, de 11 anos. No dia 29 de novembro, a menina foi ouvida por cerca de três horas durante a audiência de justificação, no Fórum da Família, em Nazaré.
No dia 13 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha de Sara Freitas para a família de Ederlan,
Os quatro suspeitos viram réus após denúncia oferecida pelo MP
No dia 19 de dezembro, o Ministério Público Estadual denunciou Ederlan, Zadoque, Gideão e Victor por homicídio qualificado, os tornado reús. Segundo a promotoria, o crime foi cometido por motivo torpe, meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima. Eles também foram acusados por ocultação de cadáver e associação criminosa.
A Justiça baiana recebeu a denúncia e acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, com parecer favorável do MP, contra os quatro.
No dia seguinte, 20 de dezembro, o MP divulgou que os quatro suspeitos pela morte da cantora gospel Sara Mariana tinham intenção de usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles, que também é cantor.
No texto da denúncia, o MP apontou que que o crime aconteceu porque Zadoque, Victor e Gideão, sob ordens de Ederlan, queriam “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente".
Primeira audiência de instrução
Só após cinco meses em que o crime aconteceu, no dia 26 de março de 2024, houve a primeira audiência de instrução do caso.
A audiência, que começou por volta das 9h, foi promovida de maneira híbrida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Ela apresentou problemas de conexão e precisou ser interrompida às 13h10 por instabilidade do sistema e será retomada nesta terça.
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