SARA FREITAS
2ª audiência sobre o caso Sara ocorre nesta terça; veja o que se sabe
Quase 6 meses após o crime, entenda o que se tem sobre a morte da pastora e o julgamento dos quatro acusados
Por Leilane Teixeira
Nesta terça-feira, 16, acontece a segunda audiência de instrução do caso Sara Freitas, cantora gospel assassinada em 24 de outubro de 2023 em Dias D'ávila, região metropolitana de Salvador. Na primeira audiência, não foi possível ouvir todas as testemunhas por problemas de conexão e instabilidade do sistema.
Agora, a expectativa é que todas elas sejam ouvidas, incluindo os próprios réus, entre eles, o então marido da cantora, Ederlan Mariano, suspeito de arquitetar a morte da pastora, segundo informou ao Portal A TARDE o criminalista Rogério Matos, advogado da família da vítima. Ele demonstrou otimismo.
"A audiência de amanhã, que será realizada de forma presencial, no fórum da cidade de Dias D´Ávila, será a continuação da audiência de instrução, onde serão ouvidas quatro testemunhas de acusação, as testemunhas de defesa, e ao final, serão interrogados os quatro réus. Nossa expectativa é que as testemunhas que faltam ser ouvidas acrescentem ainda mais detalhes para além do que já falaram no inquérito policial [...] Eles, os denunciados, diante de vasta prova constante nos autos do processo, são os autores do assassinato de Sara Freitas", diz.
Já são quase 6 meses desde que aconteceu o crime. Muitas reviravoltas aconteceram, a começar pelo marido da vítima ser investigado e indiciado como mandante do crime; a participação de outros acusados; o detalhamento do crime; briga judicial entre as famílias de Sara e Ederlan pela guarda da filha dos dois. entre outros desdobramentos.
O Portal A TARDE traz um resumo dos acontecimentos e o que sabe até hoje sobre o assassinato da cantora, em ordem cronológica. Confira abaixo:
Desaparecimento
A cantora gospel e pastora Sara Mariano desapareceu no dia 24 de outubro, após sair de casa, no bairro de Valéria, em Salvador, para um evento religioso que ocorreria em Dias D'Ávila. Na ocasião, o próprio marido dela, Ederlan Mariano, denunciou o desaparecimento, dizendo que Sara tinha o costume de participar de vários eventos religiosos. Ele foi ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar queixa na manhã do dia 26.
Corpo encontrado
O corpo de Sara Mariano foi encontrado carbonizado às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, na tarde do dia 27, uma sexta-feira. O marido reconheceu os restos mortais da vítima.
Prisão de Ederlan
O marido da cantora foi preso no mesmo dia, 27, sob possíveis incoerências no discurso. Inicialmente, foi divulgado que ele confessou o crime, mas a defesa negou e alegou que ele era inocente.
Dois novos suspeitos presos: Gideão e Zadoque
Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como “Bispo Zadoque”, e Gideão Duarte de Lima foram presos a medida que as investigações avançavam. Gideão, apontado como um motorista da confiança dela, teria buscado a cantora gospel em casa para levá-la a um culto que não existia. Ele teria entregue ela a Zadoque e Ederlan.
Já Zadoque, que confessou o crime, teria atuado como receptor da vítima. Os dois foram presos entre a noite do dia 14 e a manhã do dia 15 de novembro.
Quarto acusado é preso: Victor Gabriel Oliveira
Uma semana depois, 21 de novembro, Victor Gabriel Oliveira, de 24 anos, se entregou à polícia após assumir participação no crime. Investigado pela 25ª Delegacia Territorial (DT/Dias D'Ávila), Victor Gabriel teve participação tanto no homicídio da artista quanto na ocultação de seu cadáver, conforme apontou a apuração do caso. Ele detalhou o crime, afirmando que teria segurado a vítima enquanto Zadoque a esfaqueava.
Na época, o pai de Victor, Fábio Oliveira, falou em primeira mão com o portal e disse que o filho iria "pagar" pelo crime.
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Conflito judicial: Justiça concede guarda da filha para família de Ederlan
Ao longo de toda investigação, havia um conflito sobre qual família ficaria a filha do casal, de 11 anos. No dia 29 de novembro, a menina foi ouvida por cerca de três horas durante a audiência de justificação, no Fórum da Família, em Nazaré.
No dia 13 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha de Sara Freitas para a família de Ederlan,
Os quatro suspeitos viram réus após denúncia oferecida pelo MP
No dia 19 de dezembro, o Ministério Público Estadual denunciou Ederlan, Zadoque, Gideão e Victor por homicídio qualificado, os tornado reús. Segundo a promotoria, o crime foi cometido por motivo torpe, meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima. Eles também foram acusados por ocultação de cadáver e associação criminosa.
A Justiça baiana recebeu a denúncia e acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, com parecer favorável do MP, contra os quatro.
No dia seguinte, 20 de dezembro, o MP divulgou que os quatro suspeitos pela morte da cantora gospel Sara Mariana tinham intenção de usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles, que também é cantor.
No texto da denúncia, o MP apontou que que o crime aconteceu porque Zadoque, Victor e Gideão, sob ordens de Ederlan, queriam “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente".
Primeira audiência de instrução
Só após cinco meses em que o crime aconteceu, no dia 26 de março de 2024, houve a primeira audiência de instrução do caso.
A audiência, que começou por volta das 9h, foi promovida de maneira híbrida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Ela apresentou problemas de conexão e precisou ser interrompida às 13h10 por instabilidade do sistema e será retomada nesta terça.
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