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Audiência sobre assédio na 33 Steakhouse acontece nesta sexta, 10

Sócio do restaurante é suspeito de assediar clientes no estabelecimento

Publicado quinta-feira, 09 de novembro de 2023 às 21:38 h | Atualizado em 10/11/2023, 09:00 | Autor: Leilane Teixeira
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A primeira audiência do caso envolvendo as denúncias de assédio contra um dos sócios do restaurante 33 Steakhouse, identificado como Pedro Miguel, vai acontecer nesta sexta-feira, 10, às 08h30, no Fórum Criminal de Sussuarana, em Salvador.  

O advogado de defesa da família de uma das vítimas e assistente de acusação, Paulo Pires, explicou ao Portal A TARDE que será uma audiência de instrução e julgamento, onde as vítimas, testemunhas e acusado serão ouvidos. Segundo ele, o processo penal segue o ritmo próprio e como se tratava de réu solto, há uma demora maior. 

Em conversa com o Portal A TARDE, a publicitária Paloma Portela, mãe de uma das adolescentes que afirma ter sofrido assédio por Pedro, diz esperar que a justiça seja feita.

"Eu espero que ele tenha uma punição em algum momento, porque o caso foi claro, teve filmagem, está tudo comprovado.  Acredito que que não tem mais o que provar a justiça, pois já está mais do que provado, já está claro ali as atuações que aconteceram.  E fica mais claro ainda a partir do momento que testemunhas chegam para falar que já passaram por coisas parecidas com Pedro Miguel. E ele continuou fazendo isso, ele ficou um tempo sumido, mas agora ele já está aparecendo novamente na cidade", desabafou.

A mãe da adolescente de 15 anos diz ainda que ele "voltou a andar livremente como se nada tivesse acontecido".

"Ele já foi visto numa praia com a menina novinha. Ou seja, tem meninas que aceitam, porque às vezes são frágeis. Ele oferece coisas que deslumbram, mas o erro é dele que continua dando em cima de meninas. De quantas ele deu e continua dando? Então eu espero que a justiça realmente aja de forma breve, seja rápida, porque as pessoas falam: 'O caso foi esquecido, não dá em nada', então isso faz com que as pessoas se calem, sofram, e ás vezes nem coloquem na justiça e fiquem sofrendo psicologicamente, de várias maneiras. Eu fui para mídia para que outras pessoas não passem por isso. Só que não está sendo suficiente porque ele continua fazendo mesmo diante de tudo que aconteceu. Então agora eu acho que só a justiça pra pressionar ele realmente". 

Procurado pelo Portal A TARDE, o advogado de Pedro Miguel, Alano Frank, não deu muitos detalhes, sob a justificativa de que o processo ocorre em segredo de Justiça. No entanto, ele afirmou que sugeriu que o empresário não comparecesse à audiência neste primeiro momento, já que, segundo ele, pela quantidade de pessoas, deverá existir uma segunda audiência para dar seguimento a instrução processual.  

O advogado, no entanto, reiterou a inocência do seu cliente. "Não houve qualquer ilícito e as imagens do local comprovam isso. E já houve um desgaste muito grande e punição antecipada violando à presunção inocência. Ele tem um filho especial que depende 100% dele e foi muito prejudicado. Ele confia na justiça e aguarda serenamente sua ampla defesa", disse a defesa de Pedro.  

Atualmente, Pedro responde apenas por importunação sexual.

Relembre o caso

Mais de 30 mulheres, entre clientes e ex-funcionárias, relataram terem sido vítimas de assédio sexual praticado pelo sócio do restaurante 33 Steakhouse, Pedro Miguel de Oliveira Silva, 59 anos.

O caso veio à tona em março deste ano, quando três adolescentes relataram que foram assediadas por Pedro no estabelecimento, que fica no Salvador Shopping. O homem teria as convidado para um passeio de lancha, banho de piscina em sua casa e dito que gostava de “mulheres” mais novas. Dias depois, uma das adolescentes que denunciou foi encontrada morta na área externa do prédio onde morava, em Salvador. A suspeita é que tenha sido suicídio.

Na época, o Shopping Salvador relatou que não compactua com nenhuma forma de assédio e que a denúncia foi levada às autoridades. Já a assessoria do restaurante 33 Steakhouse, afirmou, também na época, que ele foi afastado e que está tomaria medidas cabíveis para o melhor esclarecimento da situação.

De acordo com o advogado de defesa de Pedro, apesar de 30 mulheres relatarem terem sofrido assédio, apenas quatro denúncias de clientes seguem sendo apuradas. 

Inquérito concluído

No dia 14 de março, a Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca) e remetido ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apresentou denúncia contra ele. Pedro foi indiciado pelo crime, além de injúria e oferecimento de bebida alcoólica a menor de idade, previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).

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