Fim do inverno deve intensificar busca por bronzeamento natural

Nesta quinta-feira, 22, tem início o equinócio da primavera. Se em cidades frias o bronzeamento artificial se consolidou como local desejável para pessoas que querem aparentar que vivem nos trópicos, em Salvador o bronzeamento natural é buscado em todo o ano, principalmente em períodos mais quentes.

“A procura maior é na primavera-verão, mas a gente consegue bronze o ano inteiro”, conta a personal bronze Ana Patricia Silva, do Magic Bronze e Spa, que fica localizado em Pernambués. “A gente consegue bronzear mesmo que não esteja fazendo aquele solzão. Com as técnicas de protocolos específicos, a gente consegue entregar bons resultados em dias nublados e até no mormaço. O clima de Salvador é super favorável”, justifica Ana Patricia.

O principal público é formado por mulheres da classe C, mas mulheres da classe A e homens também têm aderido ao serviço, segundo a personal bronze. Nos locais de bronzeamento natural, profissionais monitoram a exposição ao sol das clientes em locais abertos.

“A gente faz uma avaliação da pele da cliente e trabalha com todos os protocolos de segurança. Se é uma pele que apresenta sensibilidade, um colo maduro e uma pele mais envelhecida, a gente trabalha com um protocolo [de tempo] reduzido. Se a gente vê que a pele da cliente é mais resistente, a gente trabalha com protocolo mais longo”, contextualiza Ana Patricia.

Para ter o serviço prestado no local, é preciso chegar no máximo até às 10h30. “À tarde a gente não atende porque o sol nesse horário é inapropriado e agressivo para a pele. Os nossos produtos todos são liberados pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, explica. O valor para todos os tipos de pele e duração é R$ 60.

Serviço semelhante é prestado no Salvador Bronze, clínica na Boca do Rio em que Aldenir Patricio é gerente. “Um diferencial [da clínica] com relação à praia é o controle rigoroso da exposição solar. A gente obedece a todas as normas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para exposição, de acordo com cada tipo de pele”, diz Aldenir, que aponta como outro diferencial da clínica de bronzeamento natural o fato de a marca de biquíni ficar mais definida.

“Tem essa moda que Anitta lançou, com a tradicional marquinha dela”, explica a gerente do Salvador Bronze. No local, a exposição ao sol dos clientes varia de uma hora a uma hora e meia, a depender do tipo de pele, e o custo por sessão é de R$ 100 a R$ 160.

Membra da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a dermatologista Tais Valverde aponta que mesmo com a mudança de clima de uma estação para a outra, os cuidados devem ser tomados o ano todo. A médica enxerga a luz solar como a adequada, ao contrário do bronzeamento artificial, que é prática comum em locais frios, mas alerta para os cuidados que as pessoas devem ter com os produtos na pele.

“O problema do bronzeamento clínico natural é só se tiver qualquer contraindicação para uma a pele. Uma alergia a um produto. O bronzeamento feito a partir de produtos tem essas questões. Mas o que a gente condena mesmo é o bronzeamento artificial”, diz a médica da clínica Flore Dermatologia. “Não tem problema [bronzeamento natural em clínica] maior exceto pelos fatores de risco que podem ocorrer, como dermatite alérgica de contato por conta dos produtos”, explica.

Tais Valverde recomenda cuidados maiores, como uso de filtro solar, camisa UV e chapéu, principalmente entre às 10h e 16h, por conta da radiação UVB, que está associada ao câncer de pele, mas não descarta que os cuidados com relação ao sol devem ser tomados durante todo o ano, não apenas com a chegada da primavera. “A gente vive em uma cidade ensolarada. De fato, no inverno o tempo fica mais fechado, e com isso diminui um pouquinho a radiação UVB, mas não a radiação UVA, que ultrapassa”, completa.