BAHIA
Barbeiro morto em 'fogo cruzado' sonhava em ser músico
Em entrevista ao Portal A TARDE, a prima de Ícaro Reis se mostrou indignada com o crime
Por Leo Moreira e Leilane Teixeira
A prima do barbeiro Ícaro Reis de Santana, de 26 anos, morto a tiros no último sábado, 31, dentro da barbearia em Luís Eduardo Magalhães, a 955 km de Salvador, disse "indignada" pelo parente ter sido morto no 'fogo cruzado' enquanto exercia sua profissão e paixão.
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"Muito triste, né? Estamos indignados de uma forma porque ele estava trabalhando? É muito triste a gente lembrar disso. E a gente fica feliz por um lado, né, de eu saber que ele não fez nada também, né? que ele estava apenas trabalhando e infelizmente houve essa fatalidade que aconteceu com ele", contou em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, a parente que preferiu não se identificar.
Natural de Morro do Chapéu, região da Chapada Diamantina, Ícaro havia se mudado para Luís Eduardo Magalhães há pouco tempo.
Ele foi para Luis Eduardo Magalhães para a casa de meu pai, porque é uma cidade que cresce muito e é boa para conseguir emprego. Ele passou uns dias morando lá com meu pai e arrumou um emprego. Quando ele estava estabilizado, ele foi morar em outra residência.
O intuito de morar em LEM era encontrar mais oportunidade de trabalho a área que amava, a barbearia, e conciliar com sua segunda paixão, a música.
"Sempre talentoso, fez cursos, gostava da profissão. Era compositor, criava músicas maravilhosas. Estava tentando investir nessa carreira de músico. Era uma pessoa do bem. Inclusive, no enterro, foi muita gente. Ele foi muito homenageado", ressaltou.
Imagens de circuito de segurança mostram o momento exato do crime. No vídeo, dois homens chegam e vão diretamente para o alvo, um cliente identificado Victor Paolo Lima Pereira, de 27 anos. Durante a ação criminosa, para tentar escapar dos disparos, o alvo seguiu em direção a Ícaro, que passa pela frente dos tiros, mas acaba sendo alvejado.
"A gente não conhece esse rapaz. Não sabemos quem é e acredito que Ícaro não tinha nenhum envolvimento com ele", continuou.
O delegado da Polícia Civil que investiga o caso, Joaquim Rodrigues, contou que o barbeiro não tinha envolvimento com a criminalidade e que o alvo era apenas o cliente.
"Ícaro era um trabalhador e só morreu porque entrou na linha de tiro na tentativa de fuga. Os homens foram executar Victor e o barbeiro correu no sentido contrário, como as imagens mostram. Ele foi atingido com dois tiros, um no braço, que não levaria risco, e outro no tórax, que foi o tiro que o matou", contou o delegado.
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