BAHIA
Coral invasor ameaça vida marinha na Baía de Todos os Santos
Pescadores e população de Itaparica relatam prejuízos
Por Azure Araujo

A presença da espécie invasora de corais, Chromonephthea braziliensis, um octocoral invasor, tem prejudicado a população local da Ilha de Itaparica, na Baía de Todos os Santos (BTS), mais especificamente de pescadores que têm relatado a diminuição no volume de peixes nas pescas.
Relatórios das queixas dos locais, junto a pesquisadores e instituições chegaram ao Ministério Público Federal, que instaurou um inquérito para proteção do patrimônio público ambiental.
Uma operação para erradicar a espécie, liderada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), iniciou em dezembro de 2024.
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“Não é uma espécie daqui, ela tem registro no Rio de Janeiro, especialmente, porque ela tem ocupado grandes áreas do substrato”, explicou Francisco Barros, professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), oceanógrafo, doutor em ecologia marinha e um dos pesquisadores envolvidos na operação de retirada dos corais invasores.

Segundo os estudos, a chegada dos corais à BTS veio por meio de incrustações nas plataformas de petróleo no Rio de Janeiro. A espécie originária do Oceano Indo-Pacífico, além de estar presente na Baía de Todos os Santos, ameaçam ainda outras regiões do litoral brasileiro como em Alagoas e Pernambuco.
A ação de retirada da espécie invasora que começou no início de 2025, envolve também pesquisadores de outras universidades brasileiras, como Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Centro Universitário Senai/Cimatec e Pró-Mar.
Essa espécie tem crescimento bastante rápido, realmente é impressionante a biomassa e a quantidade de área que esse coral ocupa
O pesquisador ressaltou também sobre proliferação do coral que segundo estudos têm potencial de recobrir espécies nativas e competir com elas.
Outro pesquisador envolvido na ação, Igor Cruz, alerta ainda que o número de espécies invasoras aumentaram na última década. “Estamos falhando no controle dos vetores de bioinvasão e estamos na ação rápida”, pontuou o especialista ao afirmar a existência de mais quatro outras espécies de corais invasores.
“A gente acredita nesse momento que deva ser manual então, a ideia é que participe a população local lá de Itaparica, buscadores, ONGs também que tem tido um papel importante”, explicou Francisco Barros.
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