CASO PATRÍCIA JACKES
'Delegada estava desacordada em pedágio', diz polícia; veja cronologia
Para polícia, Patrícia Jackes foi agredida ainda em Sapeaçu, local que carro parou pela primeira vez
Por Luan Julião e Alex Torres
A Delegada Geral da Polícia Civil, Dra. Heloisa Brito, apresentou na manhã desta terça-feira, 13, um detalhamento de como o assassinato a delegada da Polícia Civil, Patrícia Neves Jackes Aires, aconteceu. O companheiro da vítima, Tancredo Neves Feliciano de Arruda confessou ter matado a sua companheira com o cinto de segurança de seu próprio veículo.
De acordo com Heloisa Brito, desde o momento que receberam a informação do suposto sequestro da delegada, já perceberam inconsistências na versão do companheiro da vítima.
"A partir do momento em que fomos informados de que ela teria sofrido um sequestro, e ele entrou em contato com o sistema da nossa cidade, através de um delegado de polícia, a primeira conversa dele já apresentava inconsistências. Daí já detectamos que havia coisas que ele dizia que possivelmente não correspondiam à verdade", disse.
De acordo com a Polícia Civil, às 20h o casal estava em um bar na cidade de Santo Antônio de Jesus, e saiu de lá às 22h. Foi o último momento em que Patrícia Jackes foi vista com vida.
Por volta de 1h da manhã do dia seguinte, o suspeito passou pela praça de pedágio, com uma pessoa imóvel no banco do carona do carro. A polícia acredita que seja a delegada.
"Cerca de 5 horas da manhã, ele informou, através do sistema de rastreamento, a localização do veículo. A equipe da Polícia Militar foi até o local, acionamos nossas equipes e a perícia. Ao chegarmos lá, encontramos o carro fechado, batido, e a doutora Patrícia aparentemente já morta dentro do veículo", completou.
Heloisa também afirmou que o crime pode ter acontecido em Sapeaçu, já que no relato de Tancredo Arruda, ele teria parado na cidade para usar o banheiro, mas informações do rastreador do veículo confirmam que ele teria ficado parado no local por cerca de 40 minutos.
"Quando eles pararam o carro, ele disse que ela precisava ir ao banheiro. Esse carro ficou muito tempo parado naquele local, cerca de 40 minutos. Um segundo indicativo é que, no momento em que ela passa no pedágio, ela está completamente imóvel, o que também sugere que, naquele momento, ela estava morta ou desacordada", afirmou.
"Então, isso nos leva a crer que o momento da morte da colega tenha ocorrido em Sapeaçu e, a partir daí, ele seguiu em direção a Salvador pensando no que fazer com o corpo e inventou a história de que ela teria puxado o volante e, consequentemente, entrado em luta corporal", expressou.
Confira a cronologia do crime:
20h:
Por volta das oito da noite do último sábado, 11, o casal está em um bar localizado na cidade de Santo Antônio de Jesus.
22h:
Duas horas depois, o casal vai embora do bar, sendo a última vez que Patrícia Neves Jackes Aires é vista ainda com vida.
1h:
O suspeito passa pela praça de pedágio com uma pessoa imóvel no banco do carona do carro, possivelmente a vítima.
2h40:
O suspeito circula pela BR-324, é assistido por equipes da ViaBahia e encaminhado para um posto da Polícia Rodoviária Federal.
3h15:
Às 3h15 da manhã do domingo, o contato com a polícia é feito, com a informação de que a vítima teria sido sequestrada.
4h16:
Foi registrado um Boletim de Ocorrência referente ao sequestro na Delegacia Territorial de Amélia Rodrigues.
5h10:
O veículo é encontrado às margens da BR-324, com o corpo da vítima dentro.
7h:
Início do trabalho da perícia e das oitivas por parte da Polícia Civil.
16h20:
Lavrado auto de prisão em flagrante para Tancredo Neves Feliciano de Arruda, companheiro da vítima.
13h30:
Já na segunda-feira, aconteceu a audiência de custódia do suspeito, onde ele teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.
15h:
Ainda durante a tarde da segunda-feira, 12, o suspeito passou por interrogatório e confessou ter assassinado Patrícia Neves Jackes Aires.
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