DELEGADA ASSASSINADA
'Tão inteligente que manipulou uma delegada', diz mãe sobre suspeito
Corpo de Patrícia Neves Jackes Aires foi achado numa área de mata, dentro do próprio carro
Por Luan Julião
Maria Jackes, mãe da delegada da Polícia Civil da Bahia que foi encontrada morta na madrugada do último domingo (11), falou sobre o crime brutal que aconteceu com sua filha e sobre a relação que tinha com o suspeito, que era companheiro da vítima.
Durante entrevista a TV Record, a mãe da delegada falou que o genro era prepotente, não tem medo de ninguém e que era um homem extremamente inteligente.
"Ele é manipulador, não tem medo de ninguém. Ele não tem medo de ser preso, não tem medo de polícia, não tem medo de juiz. Ele simplesmente não tem medo. Ele foi tão inteligente que manipulou uma delegada", disparou a mãe da Delgada Patrícia.
Maria também desabafou e relatou que seu genro, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, já teria até mesmo ameaçado ela e o marido.
"Foi ele sim, foi ele o assassino, inclusive ele queria fazer isso comigo e com meu marido também. Ele queria me matar porque eu disse que ele era falso, que ele era um médico falso. Ele não é médico, gente, pelo amor de Deus", disse.
Maria falou sobre a brutalidade do crime com sua filha e lembrou a mulher, profissional e ser humano que era.
"Era um ser humano, era delegada na profissão dela. Ela era vaidosa. Ninguém tinha o direito de tirar a vida dela", desabafou a mãe.
Ao lembrar da filha, Maria também falou sobre o papel da filha como delegada, como era firme em falar com os maridos agressores e acolhedora com as vítimas de violência domestica, já que atuava diretamente com esses casos.
"Vi ela ser firme, quando chegava homem que agredia as mulheres, ela era firme, sabe? Ela falava com eles, mostrava a lei e dizia o que era verdade, que ele ia ser preso. Muitos perguntavam, porque eram leigos, não sabiam do conteúdo da Maria da Penha. E acho que isso é uma coisa que os homens têm que saber, eu acho que isso que tem que se propagar", falou.
Além disso, Maria Jackes relata não ser o primeiro ato de violência de gênero, já que em outra oportunidade ela teria até falado sobre o fim do relacionamento.
"Ela disse que não estava mais com ele. Eu disse: vai dormir, minha filha. Amanhã a gente se fala. Quando foi de manhã, ela mandou as fotos do que tinha acontecido. Ela não mandou logo para não me assustar, porque eu estava dormindo. Mas aí ela estava com o supercílio cortado e estava com a unha quebrada da mão. Eu falei: 'Você nunca vai ficar sozinha, enquanto você tiver sua mãe. Eu vou até aí'. Então eu peguei o primeiro voo da manhã", contou.
A mãe da delegada ainda falou que o genro era prepotente, não tem medo de ninguém e que era um homem extremamente inteligente.
Caso
Patricia Jackes foi encontrada morta na manhã de domingo, 11, na rodovia BR-324, em trecho próximo ao município de São Sebastião do Passé, no banco de carona.
A primeira versão, contada pela companheira da vítima, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, era de que os dois haviam sido sequestrados. No entanto, contradições em seu depoimento levantaram a suspeitas e ele acabou sendo autuado em flagrante pelo crime de feminicídio.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes