MORTE DE INDÍGENA NA BAHIA
"Inadmissível", classifica Werner sobre episódio no sul do estado
Secretário detalha ações para evitar novos confrontos por disputa de terras entre fazendeiros e indígenas
Por Flávia Requião e Leo Moreira
O secretário de segurança pública (SSP-BA), Marcelo Werner, classificou como "inadmissível" o episódio que resultou na morte de uma indígena da etnia pataxó, na zona rural de Potiraguá, no sul do estado, no último domingo, 21, devido à disputa de terras.
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"O evento que aconteceu é inadmissível. Nós não podemos compactuar com violência, de qualquer lado que seja. A gente tem sempre que respeitar a lei. A gente não pode permitir que eventos como os que aconteceram nesse final de semana se perpetuem", disse o chefe da pasta durante o evento de lançamento do esquema de segurança do Carnaval da Bahia.
Werner salientou que não é de hoje que há movimentações para "mediação no enfrentamento à violência" na região visando prevenir novos episódios.
"Desde o ano passado, assim que cheguei na Secretaria, instituímos um plano de mediação para o enfrentamento à violência em conflito agrário e urbano. Parte desse plano foi materializado ontem com a criação da CIMCAU, (Companhia Independente de Mediação em Conflitos Agrários e Urbanos) da Polícia Militar. É a primeira companhia dessa natureza instituída na Polícia Militar de todo o Brasil. O intuito é preparar o policial para esse tipo de contenda. Para poder fazer a tratativa da mediação", explicou.
O secretário ainda destacou o reforço do efetivo para que novos confrontos não aconteçam na região, além de detalhar outras ações. "Temos hoje mais de 20 policiais da Choque, 10 policiais do BOPE, além das forças de segurança que estão lá. Tivemos o encaminhamento da coordenação de conflito fundiário da Polícia Civil, que está conduzindo as investigações também naquela área.
Ainda no domingo, os fazendeiros foram presos em flagrante pela morte de Maria Fátima Muniz de Andrade e por balear Nailton Muniz Pataxó.
"O governador conduziu diversas reuniões a partir disso. No próprio domingo, tivemos diversas reuniões. Ontem tivemos reuniões também com o Ministério Público, com o Judiciário, com a Defensoria, com as secretarias também correlatas em relação a isso, para que a gente possa garantir a paz, garantir o Estado Democrático direito e não permitir a violência de qualquer parte que seja, de qualquer associação de pessoas possíveis com arma de fogo", concluiu.
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