CHAPADA DIAMANTINA
Nova espécie de bromélia já em extinção é descoberta na Bahia
Espécie foi encontrada em áreas nos municípios de Barra da Estiva e Ituaçu
Por Redação

Uma nova espécie de bromélia, denominada Vriesea serraourensis, foi descoberta na Chapada Diamantina, Bahia. A planta acabou de ser encontrada, mas já é classificada como “criticamente ameaçada” de extinção.
A espécie foi encontrada em áreas nos municípios de Barra da Estiva e Ituaçu, durante explorações do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia. A descoberta ocorreu em janeiro de 2022, mas só foi publicada em 6 de março no periódico científico Phytotaxa, que reúne novas espécies.
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A V. serraourensis cresce em solos rasos sobre rochas de quartzito e pode atingir até 2 metros de altura quando se considera seu pendão. Diferente de outras bromélias da região, possui folhas longas, entre 45 e 55 cm, e um sistema de ramificação único, com flores que se abrem à noite e exalam odor semelhante ao de alho. O cheiro sugere que a planta possa ser polinizada por morcegos, um traço incomum em espécies do gênero.
Ameaças à sobrevivência da bromélia
Apesar da importância da descoberta, a V. serraourensis já enfrenta riscos críticos. A espécie ocupa uma área menor que 4 km², uma vez que a Chapada Diamantina sofre com incêndios, expansão agrícola, invasão de gramíneas exóticas e turismo desordenado.
Um dos responsáveis pela descoberta, o professor de genética vegetal Everton Hilo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), um dos autores do estudo, alerta para a urgência de ações de conservação. O nome serraourensis foi escolhido em referência ao Morro do Ouro, local onde a bromélia foi encontrada.
“Inicialmente, não conseguimos identificar a espécie com precisão, mas após estudos aprofundados e consultas a herbários, confirmamos que se tratava de uma nova espécie, mas ela tem ocorrência em uma área muito pequena”, explica Hilo.
Para diferenciar a nova espécie das demais já conhecidas pela ciência, o pesquisador explica que, antes de tudo, foi essencial ter um conhecimento aprofundado das espécies presentes na região e das já descritas para identificar características distintas da nova espécie.
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