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POLÊMICA NA CHAPADA

"Para quê turista duro?": vereador defende taxa de acesso a cidade da Chapada Diamantina

Câmara de vereadores vota PL sobre taxa turística e gera críticas de moradores e posicionamento da UEFS

Andrêzza Moura

Por Andrêzza Moura

29/12/2025 - 14:23 h
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina -

O vereador da cidade de Palmeiras, na Chapada Diamantina, na Bahia, Eduardo Antônio (Solidariedade) gerou polêmica ao afirmar, nesta segunda-feira, 29, durante Sessão Extraordinária, que turistas que não puderem pagar a taxa turística proposta pelo Projeto de Lei nº 1.123/2025 não precisam ir visitar a cidade.

Segundo o edil, mais conhecido como Dudu, o valor da taxa será de cerca de R$ 50 por visitante.

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“Quem vai pagar é o turista. Um turista não puder pagar no mês 50 reais, meu Deus, pode voltar, não precisa nem vir para cá. Para quê turista duro?”, afirmou durante audiência na Câmara.

O vereador explicou ainda que apoia o projeto como uma oportunidade para o prefeito implementar melhorias no Vale do Capão, destacando que o dinheiro arrecadado deve ser utilizado de forma prática e fiscalizada.

“O projeto é importantíssimo para o município. Então aqui, quem vai pagar, é o turista”, reafirmou Dudu.

Apesar do apoio de Eduardo Antônio, a proposta enfrenta resistência de moradores, movimentos sociais e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que destacam ausência de estudos técnicos, risco de impactos socioambientais e falta de transparência.

Os críticos pedem suspensão da votação, realização de audiências públicas e mecanismos claros de fiscalização. O debate segue acalorado, refletindo a tensão entre incentivo ao turismo, preservação ambiental e participação popular.

Assista vídeo da declaração polêmica

Às escuras

A Câmara Municipal de Palmeiras se preparou para votar o PL nº 1.123/2025 em meio ao recesso legislativo e às vésperas do Ano-Novo. A tramitação rápida e sem audiências públicas gerou preocupação quanto à falta de transparência, participação popular e impacto sobre áreas de proteção ambiental.

Em resposta, movimentos sociais e entidades do Vale do Capão emitiram alerta, questionando a pressa na votação e cobrando diálogo com a população, especialmente moradores, comerciantes e trabalhadores do turismo. Eles ressaltaram que não se opunham à preservação ambiental, mas que decisões de grande impacto não poderiam ser tomadas às pressas.

Projeto de Lei causa preocupação entre os moradores da região
Projeto de Lei causa preocupação entre os moradores da região | Foto: Reprodução

Os coletivos também demonstraram preocupação com possíveis brechas no projeto, principalmente sobre controle e destinação dos recursos arrecadados, e reforçaram a necessidade de suspensão da votação, realização de audiências públicas e mecanismos claros de fiscalização. Além disso, apontaram que uma audiência pública anterior, realizada no dia 19, não foi suficiente para ampla discussão e participação da população local.

A iniciativa também recebeu críticas da UEFS, que recomendou o arquivamento do projeto, citando ausência de estudos técnicos, risco de retrocesso socioambiental e falta de participação popular. A universidade reforçou a necessidade de reagendar a pauta para pós-recesso, garantindo tempo para análise, discussão e consulta ao Conselho Municipal de Meio Ambiente, promovendo decisões mais fundamentadas e participativas.

Contexto político em Palmeiras

A cidade tem enfrentado controvérsias recentes, com projetos classificados como “pacote anti-ambiental” sendo votados às vésperas do Natal. Em sessão anterior, protestos populares marcaram a tramitação, e apenas um dos cinco projetos enviados pelo Executivo foi aprovado; os demais foram rejeitados, retirados de pauta ou permanecem em análise. Votação ocorreu no dia 19.

O PL nº 1.123/2025 concentra resistência popular por impactar diretamente o distrito de Caeté-Açu, no Vale do Capão, e áreas de proteção ambiental. A proposta prevê cobrança baseada em Unidades Fiscais Municipais e estabelece responsabilidade solidária de empreendimentos turísticos.

Posicionamento UEFS

A iniciativa recebeu também críticas da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que recomendou arquivamento do projeto, citando falta de participação popular, ausência de estudos técnicos e risco de retrocesso socioambiental. Moradores e entidades reforçam que pedem apenas mais diálogo, audiências públicas e transparência.

Leia Também:

A UEFS emitiu nota técnica-científica em resposta ao Edital n.º 12/2025, convocando sessão extraordinária para apreciação dos PLs nº 1.122/2025, 1.123/2025, 1.124/2025, 1.125/2025 e 1.126/2025. A universidade solicita:

  • Suspensão imediata da votação dos projetos;
  • Realização de audiências públicas para cada PL;
  • Transparência total, com acesso aos estudos de impacto que justificam as mudanças.

A nota destaca que os projetos envolvem patrimônio cultural, ecológico e turístico, demandando tempo para análise, discussão e participação social, incluindo consulta ao Conselho Municipal de Meio Ambiente. Recomenda-se reagendar a pauta para pós-recesso, garantindo decisões mais fundamentadas e participativas.

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Tags:

Bahia chapada diamantina Palmeiras Turismo

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